Redação Publicado em 08/04/2022, às 18h30
Reportagem exibida nesta sexta-feira (8) mostra que a violência nas escolas estaduais de São Paulo disparou 48% entre janeiro e março deste ano, segundo dados obtidos da Secretaria de Educação do Estado pelo telejornal da TV Globo Bom Dia São Paulo. Entre janeiro a março de 2019, antes da chegada da pandemia, foram registrados 2.708 casos de agressões físicas entre alunos. No mesmo período deste ano, a soma chegou a 4.021.
A reportagem também cita pesquisa do Instituto Ayrton Senna, segundo a qual 5,7% dos estudantes pesquisados já presenciaram violência psicológica, enquanto 3,8% disseram que a violência física faz parte do cotidiano escolar. Já 67% dos alunos do 5º ao 9º ano e da 3ª série do ensino médio afirmaram que têm dificuldades em lidar com a raiva e irritação em situações adversas.
Para especialistas, isso está acontecendo devido ao afastamento e a falta de convivência entre os jovens durante a pandemia da Covid-19, que já dura mais de dois anos. Para o Instituto Ayrton Senna, o que está ocorrendo nas escolas é um replicar do que se vê na sociedade em geral.
E essas agressões não estão acontecendo apenas em São Paulo, mas em várias regiões do país. O psiquiatra Jairo Bouer também acredita que isso esteja ligado ao longo período que jovens e crianças passaram dentro de casa, com contatos restritos às redes sociais e à vida online.
Isso teria gerado uma piora no estado emocional, com direito à maior irritabilidade, tristeza, ansiedade e estresse. Resultado: menor tolerância à frustração e maior agressividade, hostilidade e impaciência. O que acaba fazendo com que desentendimentos e conflitos aumentem.
Para Jairo, mesmo as escolas que se prepararam para receber os estudantes de forma presencial estão tendo dificuldades em lidar com a situação. Sem contar que o país passa por um momento de polarização de qualquer tema, por mais simples que seja, como o uso ou não da máscara facial. Tudo isso pode fazer os ânimos esquentarem.
“Tudo isso que vem acontecendo reforça a importância, nesse retorno às aulas, de dar espaço à escuta e ao diálogo, de reforçar limites e respeito aos colegas e educadores e de se executar um trabalho sistemático e preventivo de apoio ao jovem, com foco no seu bem-estar e na saúde mental”, explica o médico.
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