Redação Publicado em 17/05/2021, às 14h53
Um novo estudo da Universidade McMaster (Canadá) revelou que subir escadas diariamente - seja em intensidade alta ou moderada - proporciona benefícios cardiovasculares e musculares significativos para quem sofre com problemas cardíacos.
Os achados, publicados nas revistas Medicine & Science in Sports & Exercise and Frontiers, mostraram ainda quais as principais barreiras capazes de impedir a prática de exercícios, como: tempo, equipamentos e acesso a instalações de academia.
Segundo os pesquisadores, tanto a subida de escadas de forma breve, mas em intensidade forte, quanto o exercício tradicional moderado mudaram o condicionamento físico dos participantes do estudo, um importante preditor de mortalidade após um evento cardíaco.
Além disso, os resultados apontam que a atividade de subir escadas é uma opção segura, eficiente e viável para a reabilitação cardíaca. Esses fatores ganharam ainda mais força e relevância em um contexto de pandemia, já que muitas pessoas não têm a opção de se exercitar em uma academia.
Embora não seja nenhuma novidade que a prática de atividades físicas e a mudança de estilo de vida reduzem o risco do desenvolvimento de doenças cardiovasculares, as estatísticas sugerem que menos de um quarto de todos os pacientes cardíacos aderem a uma rotina mais saudável.
Os pesquisadores trabalharam em colaboração com o Centro de Saúde Cardíaca e Reabilitação do Hospital Geral de Hamilton (Canadá) para desenvolver um protocolo de exercícios que não necessitasse de equipamentos ou monitoramento especializados e pudesse ser facilmente realizado fora de um laboratório.
Os participantes com doença arterial coronariana, que já haviam sido submetidos a algum procedimento cardíaco, foram distribuídos aleatoriamente em dois grupos: exercício tradicional moderado e subir escada em intensidade forte. Nesse último caso, eram três rodadas de seis lances de 12 degraus, separados por períodos de recuperação de caminhada - as pessoas selecionavam seu próprio ritmo.
Os resultados apontaram que tanto o grupo que fez exercícios tradicionais quanto o orientado para subir escadas aumentaram a aptidão cardiorespiratória após quatro semanas de treinamento supervisionado, mantendo esses níveis por mais dois meses de treino sem supervisão.
De acordo com a equipe, pacientes submetidos a procedimentos cardíacos, como bypass coronário ou stent, costumam ter os músculos comprometidos quando comparados a pessoas sem problemas cardíacos. A boa notícia foi que os pacientes do estudo também relataram benefícios para a parte muscular.
Até então, poucos estudos haviam investigado o impacto do exercício na musculatura de quem tem algum problema cardíaco. Porém, a presente análise mostra que os pacientes nessas condições podem reparar e reconstruir músculos.
Segundo os autores, seja em um curto espaço de tempo, em intensidade moderada, em treinamento contínuo ou em intensidade alta, em todas opções houve adaptações benéficas nos músculos após um procedimento cardíaco.
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