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Ter um propósito de vida alivia a solidão no isolamento, diz pesquisa

Estudos anteriores já associaram o propósito de vida a benefícios para a saúde física e mental - iStock
Estudos anteriores já associaram o propósito de vida a benefícios para a saúde física e mental - iStock

Redação Publicado em 17/06/2021, às 15h02

Por que algumas pessoas podem resistir ao estresse do isolamento social melhor do que outras? De acordo com uma nova pesquisa da Universidade da Pensilvânia (Estados Unidos), pessoas que sentem um forte senso de propósito de vida são menos solitárias durante a pandemia de Covid-19. 

Além disso, os resultados ainda mostraram que essas mesmas pessoas também expressaram uma disposição maior para se envolver com o distanciamento social, higienização das mãos e outras medidas de proteção contra a propagação do vírus. 

Mas o que é um propósito de vida?

Ter um propósito de vida é, basicamente, ter a sensação de que a vida é guiada por valores e objetivos pessoalmente significativos. Assim, essa ideia pode envolver laços familiares, religião, ativismo, parentalidade, ambições de carreira e muitas outras coisas. 

Algumas pesquisas prévias já associaram o propósito de vida com uma ampla gama de resultados positivos para a saúde, tanto físicos quanto psicológicos. Segundo os pesquisadores, diante das adversidades, pessoas com um senso de propósito mais forte tendem a ser mais resilientes porque têm claros os objetivos que as motivam e as ações alinhadas aos valores pessoais. 

Outro benefício é que essas pessoas podem sofrer menos conflitos quando precisam tomar decisões em relação à saúde. Dessa forma, a pandemia tornou-se um contexto importante para testar como isso se relaciona com a vontade dos seres humanos de se envolverem com comportamentos para proteger a si mesmos e aos outros, como o uso de máscaras,

Confira:

Maior crença nas medidas de proteção

Para a pesquisa, a equipe entrevistou mais de 500 adultos com intuito de capturar o grau de propósito de vida, os níveis atuais e pré-pandêmicos de solidão e o quanto pretendiam se comprometer com medidas de proteção para evitar a disseminação da Covid-19. 

Os achados mostraram que os níveis mais altos de solidão faziam com que os indivíduos se concentrassem menos na proteção contra o vírus e ficassem mais desconfiados sobre a eficácia das medidas de prevenção

Em contrapartida, ter um senso de propósito de vida mais forte foi associado a níveis mais baixos de solidão e a um maior desejo de adotar comportamentos para se proteger da Covid-19. Esse grupo de pessoas também expressaram uma crença maior no funcionamento das medidas de prevenção. Mesmo quando esses indivíduos relataram estar sozinhos, eles ainda sentiam necessidade de se precaver para evitar a doença. 

Os pesquisadores explicaram que, quando o ser humano é confrontado com extrema solidão e isolamento social – como acontece durante a pandemia de Covid-19 –, querer se conectar com outras pessoas, apesar dos riscos à saúde, é uma resposta natural. 

O estudo também trouxe outro dado importante: indivíduos mais velhos expressaram menos solidão ao longo da pandemia quando comparados aos mais jovens. A equipe envolvida na análise acredita que isso pode ser um sinal de resiliência dos idosos e destaca que é um ponto que deve ser melhor investigado. 

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