Terapia muda o cérebro de pacientes com psicose, mostra estudo

Mudanças proporcionadas pela terapia cognitivo-comportamental continuam a ter impacto oito anos depois do tratamento

Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h44 - Atualizado às 23h54

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Pesquisadores descobriram que a terapia cognitivo-comportamental fortalece certas conexões entre os neurônios de pessoas que sofrem de psicose. Essas mudanças no cérebro são duradouras e ajudam os pacientes a superarem o quadro por um longo período.

Sintomas psicóticos, como a sensação de estar sendo perseguido, são frequentes em pacientes que sofrem de esquizofrenia e diversos outros transtornos mentais. Pesquisadores do King`s College e do hospital Maudsley, de Londres, no Reino Unido, avaliaram os efeitos da terapia em 22 pacientes, que tiveram sua atividade cerebral registrada antes e depois de seis meses de trabalho terapêutico.

A terapia cognitivo-comportamental é baseada na fala, e ajuda as pessoas a modificar certas crenças e reações diante de experiências do dia a dia. Também auxilia no desenvolvimento de estratégias para reduzir o estresse e obter mais bem-estar.

A equipe já tinha observado que o tratamento ajuda a fortalecer conexões no cérebro envolvidas no processamento de ameaças sociais. Agora, eles conseguiram comprovar que essas alterações continuam a ter impacto anos depois e levam a uma melhora de longo prazo – os pacientes foram reavaliados oito anos depois de terem feito terapia.

Os resultados, publicados no periódico Translational Psychiatry, mostram que a terapia pode ser uma parte importante do tratamento contra a psicose. Segundo os autores, a maioria dos pacientes com a condição recebe somente medicamentos.

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