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Terapia on-line pode ajudar mães com depressão pós-parto, sugere estudo

Segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), entre 10% e 20% das mulheres irão enfrentar depressão pós-parto - iStock
Segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), entre 10% e 20% das mulheres irão enfrentar depressão pós-parto - iStock

Redação Publicado em 08/09/2021, às 18h00

Uma sessão de terapia on-line de apenas um dia é capaz de ajudar a tratar a depressão pós-parto (DPP), é o que sugere um novo estudo liderado por cientistas da Universidade de McMaster (Canadá) e publicado na JAMA Psychiatry.

A pesquisa foi realizada por meio de oficinas on-line para 403 mulheres diagnosticadas com a condição entre abril e outubro de 2020, período caracterizado como o auge da pandemia. Vale lembrar que, segundo estudos já publicados, durante o isolamento social, uma em cada três mães foi afetada pela depressão pós-parto.

Os resultados mostraram que os encontros levaram a reduções significativas da DPP e da ansiedade, bem como a melhorias no apoio social, da relação entre mãe e bebê, e do temperamento infantil. 

De acordo com os pesquisadores, as mulheres participantes do estudo apresentaram quatro vezes mais chances de experimentar uma melhora clínica do que as do grupo de controle. 

O que é depressão pós-parto?

Esse é um problema extremamente comum e que afeta milhares de mulheres ao redor do mundo. Segundo dados da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), de 10% a 20% das mulheres irão enfrentar alguma dificuldade nesse campo durante a gestação ou no pós-parto. Outra pesquisa recente da Fiocruz diz que esse número é ainda maior, revelando que uma em cada quatro mulheres pode apresentar depressão após o nascimento do bebê. 

Teoricamente, a condição pode afetar qualquer mulher. Entretanto, aquelas que vivem com maior vulnerabilidade social e econômica são ainda mais propensas a desenvolverem o problema. 

Confira:

A depressão pós-parto está diretamente ligada às questões emocionais, mas também pode ser associada a uma série de questões psicológicas, sociais, culturais, além da existência de predisposição genética e história pessoal.  

Entre os sintomas que sinalizam o problema estão: tristeza, desânimo, falta de motivação, irritação, sensação de que “não vai dar conta do recado”, não será uma boa mãe e não conseguirá amamentar ou dar uma atenção adequada ao bebê. Tudo isso acaba trazendo um estresse a mais para as mulheres nessa fase da vida.  

Reduzindo ou eliminando barreiras

As oficinas ocorreram ao vivo por meio da plataforma Zoom e incluíram exercícios em grupo, módulos sobre as causas da DPP, identificação e alteração dos padrões de pensamento e busca por estratégias para ajudar a mudar comportamentos, melhorando o humor e a ansiedade.   

Para os pesquisadores, a terapia on-line pode ajudar a reduzir as barreiras do tratamento, incluindo tempo de deslocamento, custos e risco de exposição à Covid-19 para mães e bebês. Além disso, apesar de a maioria se beneficiar com apenas uma sessão, a equipe acredita que as oficinas também ajudam a identificar quais mulheres precisam de uma assistência mais extensa.

É importante dizer ainda que, se as mulheres diagnosticadas com DPP não receberem o tratamento adequado, há o aumento dos riscos de seus filhos desenvolverem problemas emocionais e comportamentais.

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