Redação Publicado em 10/05/2021, às 16h52
A modelo plus size Tess Holliday surpreendeu muita gente ao, recentemente, expor que sofre com anorexia. Ela contou que, no momento, está recebendo tratamento para o transtorno e destacou que isso ainda ajuda os outros a acabar com a ideia de que apenas pessoas magras passam por isso.
Holliday, que tem 2,1 milhões de seguidores no Instagram e foi destaque nas páginas da Vogue, escreveu recentemente no Twitter: “Estou anoréxica e em recuperação... sou o resultado de uma cultura que celebra a magreza e equipara isso a valer a pena, mas posso escrever minha própria narrativa agora. Finalmente sou capaz de cuidar de um corpo que castiguei durante toda a minha vida e finalmente estou livre”.
Em sua postagem no Instagram, Holliday, que se tornou "a primeira modelo tamanho 22" quando assinou com a Milk Model Management em 2015, disse que recebia mensagens positivas, mas também estimulantes, como "você está com aparência saudável ultimamente".
“Sim, perdi peso - estou me curando de um distúrbio alimentar e alimentando meu corpo regularmente pela primeira vez em toda a minha vida”, escreveu ela, reclamando sobre as mensagens que recebe falando sobre seu corpo. “Quando você equipara a perda de peso com ‘saúde’, você está basicamente dizendo que somos mais valiosos agora porque somos menores e perpetuamos a cultura da dieta”, escreveu ela.
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De acordo com um estudo feito no Hospital Infantil Benioff, da Universidade da Califórnia, nos EUA, comportamentos alimentares inadequados, que podem evoluir para transtornos alimentares graves, afetam jovens independente de peso, sexo, orientação sexual, raça ou etnia. E, com frequência, passam despercebidos por pais e médicos, pois a aparência desses adolescentes não tem nada de anormal.
A equipe, liderada pelo especialista em medicina do adolescente Jason Nagata, analisou dados de quase 15 mil garotos e garotas acompanhados por sete anos. O resultado mostrou que cerca de metade dos pacientes com anorexia nervosa está com peso normal ou acima do ideal, segundo os pesquisadores. Mas transtornos alimentares não se resumem a querer perder peso. Hoje, para muitas mulheres, não basta ser magra. É, preciso, também, ter “barriga tanquinho”. As magrinhas, que já sonhavam com mais curvas, passaram a lutar para ter músculos bem delineados.
A pesquisa americana, publicada no International Journal of Eating Disorders, mostra que 22% dos homens e 5% das mulheres de 18 a 24 anos se esforçam para ganhar peso e/ou músculos. Para isso, cultivam hábitos arriscados: tomam suplementos pouco testados e fiscalizados; usam esteroides anabolizantes; e se privam de gorduras e carboidratos.
Aqui vale outro alerta, já que muita gente acha que cortar gorduras e carboidratos é algo positivo, quase uma obrigação. Esses nutrientes também são essenciais para o organismo, e não podem ser restringidos sem orientação de um profissional. E mais: sucos miraculosos “detox’, dietas para limpar o fígado e tantas outras maluquices que invadem a internet com uma falsa aparência de saudáveis também podem ser arriscados. Restrições alimentares podem levar a deficiências nutricionais graves, que afetam o cérebro, o humor e o crescimento dos jovens, quando não colocam a vida deles em risco.
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