A quarta temporada de ‘The Crown’ chegou ao Netflix, no último domingo (15), e as cenas da Princesa Diana enfrentando a bulimia levantaram uma preocupação
Da Redação Publicado em 16/11/2020, às 15h01
A quarta temporada de ‘The Crown’ chegou ao Netflix, no último domingo (15), e as cenas da Princesa Diana enfrentando a bulimia levantaram uma preocupação com os transtornos alimentares.
Na época, a mãe de Harry e William deu sinais em entrevista de que não estava bem: “A autoestima está baixa e você se sente sem valor. Você enche o estômago quatro ou cinco vezes por dia, talvez mais, e isso te conforta. Mas é só temporário. Depois, você sente nojo do seu estômago e põe para fora. É repetitivo e destrutivo”, afirmou ela em entrevista à BBC, em 1995.
Na trama produzida pela plataforma de streaming, Diana sofre constantemente com a relação com o príncipe Charles e falta de atenção da família.
Para o Splash, do UOL, Emma Corin, responsável por interpretar a integrante da Família Real, revelou que foi difícil exibir com detalhes a condição.
“Eu estava decidida: se íamos mostrar, que não fosse só uma alusão. Era importante mostrar completamente a experiência dela com a bulimia. Nós lemos muitos livros e fóruns sobre isso. A própria Diana foi muito sincera sobre sua experiência, algo impressionante na época”, contou.
Além do transtorno alimentar, a princesa ainda enfrentou uma batalha com a depressão pós-parto e as pressões de fazer parte da realeza.
Poucos dias antes do aniversário de sua morte, em 2017, príncipe William reforçou a necessidade de discutir sobre o assunto: “A saúde mental precisa ser levada tão a sério quanto a saúde física”.
A história de Diana levanta um alerta para jovens com transtornos alimentares como anorexia, bulimia e comer compulsivo.
Segundo um estudo australiano, eles têm demorado muito para buscar tratamento e o principal motivo é o receio de deixar os outros preocupados ou a própria dificuldade de identificar essas doenças.
Com quase 300 jovens de 18 a 25 anos, a pesquisa avaliou meninas que apresentavam sintomas como preocupação exagerada com o peso, episódios de ingestão exagerada de comida e uso de recursos extremos para perder peso, como indução de vômitos, uso de laxantes, diuréticos e moderadores de apetite.
Apesar de a amostra ser pequena e localizada, os resultados servem de alerta para que profissionais de saúde e a população saibam identificar esses comportamentos nem um pouco saudáveis.
Pesquisadores da Universidade Flinders apontam que as redes sociais podem ter um papel importante no aparecimento precoce dos transtornos.
Cerca de 1.000 adolescentes de 12 a 14 anos de escolas particulares foram entrevistados e resultados mostraram que 51,7% das garotas e 45% dos garotos apresentam comportamentos pouco saudáveis, como fazer jejum e abusar dos exercícios para ganhar músculos.
75,4% das garotas e 69,9% dos garotos tinham conta em pelo menos uma rede social, sendo o Instagram a mais utilizada. Metade da amostra tinha menos de 13 anos, a idade mínima recomendada para o uso da plataforma.
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