Um medo paralisante, que surge de repente e faz o coração disparar e a respiração ficar difícil. A pessoa tem certeza de que está para morrer, ou prestes
Da Redação Publicado em 04/10/2020, às 09h00
Um medo paralisante, que surge de repente e faz o coração disparar e a respiração ficar difícil. A pessoa tem certeza de que está para morrer, ou prestes a perder os sentidos. Na primeira vez que acontece, é comum suspeitar de um infarto iminente e ir para um pronto-socorro. Muita gente vai várias vezes ao hospital, passa por diferentes médicos e faz uma série de exames até descobrir que têm sofrido ataques de pânico.
A síndrome ou transtorno do pânico é caracterizada pela ocorrência frequentes desses ataques. Se nas primeiras vezes eles chegam do nada, sem nenhuma causa aparente, depois de um tempo podem ser precipitados pelo próprio medo de passar mal de novo. Muitos pacientes passam a ter o que a gente chama de agorafobia: eles começam a evitar determinadas situações ou locais, como aviões, espaços abertos, shoppings, aglomerações ou até deixam de sair de casa pelo receio de sofrer um ataque de novo. É um transtorno incapacitante, que traz enormes prejuízos para a produtividade e o bem-estar.
Só quem já passou pela situação sabe o quanto é angustiante. A top model Gisele Bündchen revelou que chegou a sentir vontade de pular de um prédio por causa dos ataques de pânico que diz ter sofrido no auge da carreira. Recentemente, a apresentadora Angélica e a influenciadora digital Rafa Kalimann também desabafaram sobre o tema. Todas elas sabem o quanto é importante falar do assunto, para que outras pessoas saibam que existe tratamento. A demora em diagnosticar e tratar o transtorno faz com que ele se torne crônico.
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Estima-se que 23% das pessoas vão ter ao menos um ataque de pânico isolado na vida, segundo estatísticas norte-americanas. Já para o transtorno de pânico (que é classificado como um tipo de transtorno de ansiedade), a prevalência é de 5% ao longo da vida (sendo que em 1% desses casos a agorafobia também está presente).
O transtorno é duas vezes mais comum nas mulheres, e costuma surgir na adolescência ou entre os 20 e 30 anos de idade. É menos comum que comece na infância, mas pode acontecer. Quase sempre, a pessoa afetada também tem outro transtorno psiquiátrico associado, como outro tipo de transtorno de ansiedade (por ex: fobias específicas e ansiedade social), depressão e abuso de álcool ou drogas.
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Como a maioria dos transtornos mentais, as causas do pânico envolvem fatores genéticos e ambientais (como eventos estressantes, perdas ou traumas).
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Uma crise de pânico é caracterizada por um período de medo intenso e desconforto, que atinge seu pico em cerca de 10 minutos, e inclui quatro ou mais dos seguintes sintomas:
– Falta de ar ou sensação de asfixia
– Tontura, sensação de instabilidade ou de desmaio iminente
– Palpitações ou coração acelerado (taquicardia)
– Tremores
– Sudorese
– Náuseas ou desconforto abdominal
– Sentir-se fora de si
– Formigamentos ou dificuldade de sentir uma parte do corpo
– Ondas de frio e calor
– Medo de morrer
– Medo de enlouquecer ou cometer algum ato descontrolado
O transtorno de pânico envolve, além desses ataques recorrentes e inesperados, a preocupação persistente em relação a ter uma nova crise, que geram mudanças significativas de comportamento.
Apesar de não haver cura definitiva para o transtorno, é possível controlar as crises com psicoterapia (em especial a terapia cognitiva-comportamental) e medicamentos, como antidepressivos e ansiolíticos (esses últimos indicados apenas nas situações de emergência). É muito importante não se automedicar, nem recorrer a álcool e drogas para buscar alívio.
Com o decorrer do tratamento, a pessoa resgata a autoconfiança e aprende a dominar as crises.
A prática de exercícios físicos também é muito importante para a recuperação, e técnicas de respiração, relaxamento ou meditação também podem ajudar bastante.
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