Pesquisa sugere que passar por negligência e maus tratos torna jovens mais vulneráveis
Redação Publicado em 13/04/2022, às 15h00
Uma pesquisa realizada pela School of Psychology at Trinity College Dublin mostrou que a exposição cumulativa a traumas na infância é um indicador chave para a ideação suicida entre estudantes universitários.
Experiências adversas na infância referem-se a eventos negativos de vida que os indivíduos encontraram durante seus primeiros 18 anos, incluindo negligência, maus tratos e disfunção significativa em casa, ou seja, contato com violência doméstica, dependência de drogas ou álcool e algum tipo de abuso.
Publicado recentemente na revista BJPsych Open, o estudo foi baseado em uma análise transversal de 321 alunos de universidades da Irlanda.
Os pesquisadores descobriram que experiências adversas na infância eram comuns em estudantes universitários, com 35,2% relatando terem enfrentado de um a três dos eventos e outros 39,6% tendo sofrido com mais de quatro desses traumas.
O estudo encontrou níveis graves de ideação suicida entre o grupo de pesquisa, ou seja, muitos estudantes expressaram sentimentos de sobrecarga, uma crença de que não há soluções para problemas, além de planejamento para cometer suicídio.
A pesquisa destacou a relação entre maiores escores adversos de experiências infantis e pior saúde mental na forma de sofrimento psíquico e ideação suicida. Os achados também forneceram fortes evidências de que fatores como sentimentos de não pertencimento e de ser “um fardo para os outros” podem mediar a associação entre os traumas e a intenção de suicídio.
Confira:
Um levantamento realizado pela Hibou (empresa de pesquisa e monitoramento de mercado e consumo) em 2021 com mais de 2.000 brasileiros mostrou que quase 42% afirmaram já ter pensado em suicídio e 73% declararam conhecer alguém que esteja sofrendo com depressão.
De todos os entrevistados, 72,5% confessaram que conhecem alguém que tentou ou concretizou o suicídio em algum momento. Destes, 49,6% eram algum familiar ou amigo próximo, 33,6% um familiar distante ou conhecido, 27,6% um amigo de convivência e 18,5% um colega de trabalho.
Ao observar os comportamentos das pessoas que atentaram contra a própria vida, os sinais aconteceram de diferentes maneiras:
As razões que levam as pessoas a tirarem a própria vida são as mais variadas:
Umas das formas mais práticas de buscar apoio, seja para você ou para alguém que conheça, é entrando em contato com o CVV (Centro de Valorização da Vida). O serviço é gratuito e oferece auxílio emocional 24 horas. O atendimento é realizado em sigilo total, por meio de telefone (188), e-mail, chat ou ainda pessoalmente. Os canais e endereços estão disponíveis no site.
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