De acordo com dois experimentos, a tristeza realmente muda a forma como percebemos as cores, especialmente as do eixo azul-amarelo
Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h31 - Atualizado às 23h56
O trabalho, feito por uma equipe da Universidade de Rochester, nos Estados Unidos, foi publicado no periódico da Associação para a Ciência Psicológica.
Estudos anteriores já tinham demonstrado que as emoções podem interferir em vários processos visuais, e que a depressão pode reduzir a sensibilidade de uma pessoa aos contrastes. Por isso a equipe decidiu investigar melhor o tema.
Na pesquisa, 127 pessoas foram convidadas a assistir a um clipe com conteúdo emocional e, em seguida, completar uma tarefa envolvendo a percepção das cores. Elas foram aleatoriamente divididas em dois grupos e, enquanto um assistiu a um drama, o outro viu uma comédia. O primeiro grupo, depois, foi menos preciso ao identificar cores do eixo azul-amarelo.
Em um segundo experimento, 130 estudantes foram convidados a assistir a um vídeo e, desta vez, metade recebeu um conteúdo triste, enquanto o da outra metade era neutro. De novo, o primeiro grupo teve problemas para identificar cores do espectro azul-amarelo.
Segundo os autores, uma das hipóteses é que a percepção do eixo azul-amarelo tenha ligação com o neurotransmissor dopamina, também envolvido no humor. Mas ainda é preciso estudar mais a questão para entender o que está por trás do fenômeno.