Redação Publicado em 22/03/2021, às 19h00
Muitas famílias ao redor do mundo, principalmente aquelas com crianças, receberam um “bicho de estimação da pandemia”, ou seja, ganharam um animal como um cão ou gato para aliviar o isolamento social proporcionado pela Covid-19.
Entretanto, uma nova pesquisa realizada pela Universidade de Michigan (Estados Unidos) mostrou que os idosos também entraram nessa tendência e podem ser beneficiados com a companhia dos bichos.
Segundo a Pesquisa Nacional sobre Envelhecimento Saudável, com 2.019 participantes, 10% dos adultos entre 50 e 80 anos receberam um novo animal de estimação entre março de 2020 e janeiro de 2021, nos EUA.
Essa porcentagem é superior (16%) entre aqueles que têm ao menos uma criança ou adolescente vivendo com eles. Entretanto, a maior parte das pessoas entre 50 e 80 anos não mora com alguém menor de 18 anos, segundo a pesquisa, e quase 9% delas ganharam um bicho durante a pandemia.
Ao todo, 59% dos participantes da pesquisa são donos de animais de estimação. Entre eles, 17% revelaram ter arrumado pelo menos um bicho desde o início do isolamento social. A pesquisa não chegou a perguntar se era o primeiro ou se os participantes já tinham outros.
A posse de animais de estimação foi ainda maior entre mulheres, pessoas com idade entre 50 e 64 anos, brancos, os que vivem sozinhos ou estão empregados. Mais de 10% dos indivíduos com mais de 50 anos que têm um trabalho disseram ter um bicho em casa desde março de 2020.
Os dados são uma atualização de um relatório divulgado anteriormente - em abril de 2019 - que mostrou os diversos benefícios que ter um animal de estimação pode proporcionar para as pessoas mais maduras. Segundo os resultados, eles podem ajudar as pessoas a aproveitar melhor a vida, reduzir o estresse, manter uma rotina, conectar-se com outras pessoas e ser fisicamente ativo.
Além disso, quando a pesquisa foi feita, três quartos dos adultos com mais de 50 que viviam sozinhos ou apresentavam uma condição de saúde precária revelaram que ter um bicho em casa ajudou a lidar melhor com os sintomas físicos e emocionais.
De acordo com dados, o percentual de adultos com mais de 50 anos que vivem só com um animal de estimação saltou 12 pontos entre a amostra realizada em 2019 e a de janeiro de 2021.
Para os pesquisadores, o papel dos bichos como acompanhantes para quem vive só é extremamente importante, especialmente em tempos de pandemia, em que o contato com outras pessoas, inclusive com a própria família, deve ser evitado.
Enquanto avós precisam ficar separados de parentes, filhos e netos, a presença de animais de estimação pode ser útil no controle da pressão arterial, no alívio da ansiedade e dos sintomas de depressão, afirma a equipe. Sem contar que eles evitam um assasino silencioso: a solidão.