Relatório diz que 630 mil pessoas morreram por doenças relacionadas à Aids em 2023
Tatiana Pronin Publicado em 26/11/2024, às 14h10
Cerca de 39,9 milhões de pessoas vivem com HIV, condição que, sem tratamento, pode evoluir para a Aids. Desse total, 9,3 milhões (ou cerca de 23%) ainda não têm acesso aos antirretrovirais. A informação faz parte do novo relatório do Unaids (Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids), lançado nesta terça-feira (26).
“Apesar do enorme progresso feito na resposta ao HIV, as violações dos direitos humanos ainda estão impedindo o mundo de acabar com a Aids”, disse Winnie Byanyima, diretora executiva do Unaids.
“Quando meninas são negadas à educação; quando há impunidade para a violência de gênero; quando as pessoas podem ser presas por quem são ou por quem amam; quando uma visita aos serviços de saúde é perigosa para as pessoas por causa da comunidade a que pertencem – o resultado é que as pessoas são impedidas de acessar os serviços de HIV que são essenciais para salvar suas vidas e acabar com a pandemia de Aids.”
No ano passado, 630 mil pessoas morreram por doenças relacionadas à Aids, segundo o relatório. Além disso, 1,3 milhão de pessoas em todo o mundo testaram positivo para o HIV.
Em pelo menos 28 países, o número de novas infecções por HIV está aumentando.
Também em 2023, o Unaids estima que 570 jovens mulheres e meninas de 15 a 24 anos foram infectadas pelo HIV a cada dia. Em 22 países da África Oriental e Austral, jovens dessa faixa etária têm o triplo de chances de viver com HIV em relação aos meninos e homens jovens.
O relatório também informa que 63 países ainda criminalizam as relações entre pessoas do mesmo sexo, o que prejudica a resposta ao HIV: a prevalência do vírus é cinco vezes maior em países com esse tipo de lei.
O relatório, que inclui ensaios de lideranças como o artista Elton John, o presidente da Irlanda Michael Higgines e o alto comissário das Nações Unidas para Direitos Humanos Volker Türk, enfatiza a importância de se aumentar o alcance das novas formas de prevenção ao HIV.
Medicamentos de ação prolongada que podem ser usados apenas algumas vezes por ano podem mudar o cenário do HIV e da Aids no mundo. Mas, de acordo com o Unaids, é preciso que haja uma abordagem de direitos humanos para compartilhar a tecnologia, reduzir preços e permitir a produção em todas as partes do mundo.
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