Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h44 - Atualizado às 23h54
Alguns estudos têm chamado atenção para o impacto que as redes sociais podem ter na saúde de quem passa dia e noite mergulhado nelas. Mas parece que o tempo não é o único termômetro para detectar possíveis problemas – a forma de usar também importa. Uma pesquisa realizada nos Estados Unidos diz que quem costuma usar de sete a onze plataformas de mídia social tem um risco três vezes maior de sofrer de ansiedade e depressão do que usuários mais conservadores, que usam no máximo duas.
A conclusão é de pesquisadores da Universidade de Pittsburgh, e foi publicada no periódico Computers in Human Behavior. Eles afirmam que o risco é significativo a ponto de justificar que médicos e psicólogos orientem pacientes com esses transtornos a evitar o uso de múltiplas pataformas. Mas eles admitem que é difícil saber se é o comportamento que aumenta a ansiedade ou vice-versa.
A equipe avaliou uma amostra de 1.787 adultos norte-americanos de 19 a 32 anos, que passaram por testes para diagnosticar sintomas depressivos e descreveram a forma como usavam plataformas como Facebook, YouTube, Twitter, Instagram, Google Plus, Pinterest e Linkedln. Os usuários ativos do maior número de sites foram 3,3 vezes mais propensos a apresentar níveis mais altos de ansiedade e depressão, mesmo quando outros fatores de risco foram isolados, como situação financeira e status de relacionamento.
Os autores têm algumas hipóteses para explicar a associação. Alguns estudos já associaram a tendência a fazer várias coisas ao mesmo tempo a prejuízos na memória e aprendizado, o que, segundo eles, poderia ter algum impacto na saúde mental. Outro ponto levantado é que as particularidades de cada plataforma tornam essa migração constante estressante, o que poderia prejudicar o humor. Por último, eles lembram que, quanto maior o número de perfis, maior a exposição caso ocorra alguma situação embaraçosa.