Para pesquisadores, há mais questões envolvidas no crescimento da obesidade além do sedentarismo e da ingestão calórica
Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h32 - Atualizado às 23h56
Lutar contra a balança está cada vez mais difícil. Segundo pesquisadores da Universidade de York, no Reino Unido, se você tem em torno de 25 anos e está acima do peso, vai ter que fazer mais dieta e malhar mais que seus pais, quando tinham a sua idade.
Em uma pesquisa financiada pelo Instituto Canadense de Pesquisas em Saúde, eles analisaram dados sobre alimentação e estilo de vida de 36.400 norte-americanos, coletados entre 1971 e 2008.
Eles concluíram que, mesmo ingerindo quantidade similar de calorias, indivíduos apresentaram um peso 10% maior em 2008 em relação a 1971. E, com o mesmo nível de atividade física, um peso 5% maior em 2006 em comparação com 1988.
Em artigo publicado no periódico Obesity Research & Clinical Practice, os pesquisadores, liderados pelo professor Jennifer Kuk, concluem que há mais questões envolvidas no crescimento da obesidade além do sedentarismo e do aumento da ingestão calórica.
De acordo com eles, computar apenas o balanço energético seria como pensar na valorização de um dinheiro guardado no banco depois de décadas sem levar em conta a inflação, a elevação das taxas e a flutuação do mercado. Vários estudos já indicaram que comer menos e se exercitar mais nem sempre é eficaz a longo prazo.
Para a equipe, outros fatores devem ser levados em consideração, como o uso de medicamentos, a exposição a certos poluentes, a influência genética, o estresse, a velocidade com que as pessoas comem, as bactérias intestinais e até mesmo a exposição à luz durante a noite. Tudo isso pode explicar por que perder peso é mais desafiador hoje em dia. Se os cientistas conseguirem investigar melhor essas questões, é possível que no futuro as pessoas sofram menos para conseguir ficar em forma.