Muitas vezes, com a correria do dia a dia, tentamos nos desdobrar e dar conta de tudo e mais um pouco: trabalho, estudo, família, amigos, relacionamento, casa, responsabilidades... a lista parece infinita!
Nesse vai e vem, podemos acabar nos esquecendo de algo essencial: nós mesmos. “Você é a pessoa mais importante da sua vida. Primeiro vem a gente e, depois que ficamos bem, podemos cuidar dos outros. Se não estivermos nos cuidando, como vamos trabalhar, nos preocupar com o próximo, amar e fazer todo resto?”, fala a psicóloga Adriana Miranda Victório.
Por isso, vamos falar sobre o autocuidado: o que é? Qual a sua importância? Quais tipos existem? Qual a sua relação com a autoestima? Como é praticado? E como começar?
O termo autocuidado é a junção de “auto”, que exprime a noção de si, e “cuidado”, que significa a demonstração de atenção. Assim, o autocuidado nada mais é do que atitudes que te levam a cuidar de si. “O autocuidado é fundamental, pois ele mostra um pouco do amor próprio e de como você cuida de você”.
O autocuidado deveria ser desenvolvido como um hábito, já que a prática é capaz de promover bem-estar e qualidade de vida. Além de proporcionar felicidade, prazer e otimismo, exercer o autocuidado está diretamente ligado à autoestima.
“Tudo começa da gente e o autocuidado aumenta tudo o que podemos ter de bom. Você sente mais orgulho de si, reconhece e valoriza suas qualidades e, consequentemente, acaba melhorando a autoestima e a autoconfiança”, explica Adriana.
Vale lembrar que a prática do autocuidado não é limitada a determinado gênero, idade ou posição social. Todas as pessoas podem – e devem – ter esse hábito em benefício da sua saúde mental, física e emocional.
Confira:
“Qualquer coisa que te faça sentir bem e ter prazer é um autocuidado, não é só a atenção com o corpo. Quando as pessoas contam que foram ao cabeleireiro, à manicure, estão com a depilação em dia ou fizeram skincare, tudo isso é um autocuidado. Porém, ler um livro ou cuidar de uma planta também pode ser”, esclarece Adriana.
Conheça os cinco tipos de autocuidado e alguns exemplos de como praticá-los:
O autocuidado físico está relacionado ao corpo. Não somente à prática de atividades físicas, mas todas as formas capazes de trazer um bem-estar corporal, como cuidar da pele, da alimentação e do sono.
Quando o assunto é autocuidado emocional, o objetivo é estarmos abertos a sentir nossas emoções, sejam elas boas ou ruins. Muitas vezes, podemos tentar rejeitar os sentimentos, mas é importante – e saudável – permitir-se senti-los e aceitá-los.
Nesse tipo de autocuidado, a pessoa deve estimular a mente e a sua criatividade. Em outras palavras, são hábitos que ajudam a expandir cada vez mais o conhecimento e manter a mente saudável.
O ser humano é um ser social e a conexão com outras pessoas é muito importante – e necessária – para a felicidade. Por isso, independentemente da forma como cada um prefere se socializar, a interação social é um aspecto fundamental na vida e tem um impacto significativo na saúde.
“Não importa se a parte social que te traz prazer é sair para a balada, andar de bicicleta ou caminhar na praia. Cada pessoa tem a sua forma de praticar o autocuidado social e o importante é ser prazeroso”, fala a psicóloga.
O autocuidado espiritual não está relacionado à religião. Na verdade, a espiritualidade é definida como uma “propensão humana a buscar significado para a vida por meio de conceitos que transcendem o tangível, à procura de um sentido de conexão com algo maior que si próprio”.
Assim, encontrar e praticar o autocuidado espiritual pode trazer diversos benefícios para a vida, proporcionando mais entendimento sobre o sentido das coisas e cultivando um maior desapego pelos bens materiais.
Para Adriana, a melhor forma de começar a inserir práticas de autocuidado no dia a dia é por meio de coisas que podem ser notadas: “Comece por atitudes simples e visíveis, como cuidar do corpo fazendo exercícios, se alimentando melhor ou tomando mais água. Isso tudo é autocuidado e são fatos mais palpáveis, que a gente vê um retorno e dá um estímulo para manter o hábito”.
Veja também:
Milena Alvarez
Caiçara e jornalista de saúde há quatro anos. Tem interesse por assuntos relacionados a comportamento, saúde mental, saúde da mulher e maternidade. @milenaralvarez