“Doutor, meu couro cabeludo está coçando demais e descamando. O que pode ser?”
Esses sintomas, como coceira e descamação do couro cabeludo, são muito comuns. O que eles podem sinalizar? Primeiro, o couro cabeludo, assim como a pele, pode ser atingido por diversas doenças e manifestar sintomas, na maioria das vezes, semelhantes, como coceira, vermelhidão, descamação e queda de cabelo.
As doenças do couro cabeludo podem impactar a saúde e a estética, comprometendo a qualidade de vida e a autoestima. Por isso, conheça os principais problemas que merecem ser avaliados por um dermatologista:
A psoríase é uma doença crônica, de caráter inflamatório, que pode acometer pele, unhas, articulações e couro cabeludo. No couro cabeludo, manifesta coceira e descamação intensa, sem respeitar a linha de implantação dos cabelos, especialmente na parte de trás da cabeça. Normalmente oscila entre períodos de remissão e piora das lesões. A psoríase não é contagiosa e tem tratamento: tópico, via oral ou injetável, com o uso de imunobiológicos.
A dermatite seborreica, frequentemente chamada de caspa, é outra condição crônica, de caráter inflamatório e recorrente, que atinge o couro cabeludo e a face. Ela se manifesta em indivíduos geneticamente predispostos, nas áreas mais oleosas e de dobras, como orelhas, dobrinha do nariz, sobrancelhas e colo. Pode estar associada à presença de fungos e piorar em situações de estresse, baixa imunidade e extremos de temperatura. As lesões são placas vermelhas com leve descamação e coceira. O tratamento consiste no controle da oleosidade, hidratação adequada, proteção solar e uso de medicamentos, quando necessário.
A foliculite é uma infecção de pele que se inicia nos folículos pilosos. Geralmente, é motivada por uma infecção bacteriana ou fúngica, ou inflamação pura do folículo. A infecção se apresenta no formato de pequenas espinhas, de pontas brancas, em torno de um ou mais folículos pilosos. Os sintomas incluem dor e coceira. Na maioria das vezes, se resolve com tratamento médico adequado. Mas existem alguns tipos de foliculite que culminam com a destruição definitiva do folículo, criando uma área sem pelo/cabelo.
Confira:
Alopecia é o termo médico para definir “perda dos cabelos”. As alopecias são classificadas em cicatriciais e não cicatriciais. As cicatriciais evoluem para uma destruição definitiva dos folículos pilosos e, por esse motivo, são irreversíveis. Nessa situação, o diagnóstico precoce é fundamental para que a perda seja a menor possível. Entram nessa lista, por exemplo, a alopecia frontal fibrosante e o líquen plano Pilar. Já as não cicatriciais são reversíveis com tratamentos capazes de reverter, mesmo que parcialmente, a perda dos fios. O diagnóstico e o tratamento precoces também são essenciais para um melhor resultado. São exemplos: alopecia androgenética masculina e feminina, eflúvio telógeno e alopecia areata.
A pediculose, popularmente conhecida como piolho, é mais frequente em crianças em idade escolar. Está associada à infestação por um parasita e seu principal sintoma é a coceira. O tratamento consiste no uso de antiparasitários e na higiene de pentes e adornos de cabelo. Importante avaliar as pessoas de convívio próximo, já que se trata de uma condição contagiosa.
A Tinea capitis, micose que acomete cabelos e pelos, é causada por um fungo e cursa, na maioria das vezes, com coceira, descamação e perda dos pelos e cabelos da área afetada. Costuma aparecer mais em crianças, é contagiosa e tem tratamento, com o uso de antifúngicos tópicos e/ou orais.
Para finalizar, é possível notar que os mesmos sintomas podem aparecer nas diferentes doenças. Portanto, não faça seu autodiagnóstico e, principalmente, não se automedique. Diante de qualquer alteração no seu couro cabeludo, consulte um médico de confiança!
Milena Alvarez
Caiçara e jornalista de saúde há quatro anos. Tem interesse por assuntos relacionados a comportamento, saúde mental, saúde da mulher e maternidade. @milenaralvarez