Leitor pergunta se consumir material pornô tem o mesmo efeito das drogas psicoativas no cérebro
Redação Publicado em 06/09/2021, às 09h00
“Doutor, é verdade que a pornografia tem o mesmo efeito que a cocaína no cérebro? Causa danos e vicia?”
Qualquer coisa feita em excesso e que sai do controle pode levar a uma conduta de dependência. Isso acontece com as drogas psicoativas – a cocaína é uma delas –, mas alguns padrões de comportamento também podem ser altamente aditivos e oferecerem risco de dependência.
Alguns exemplos são os jogos, compras na internet e a própria pornografia. Eventualmente, para algumas pessoas que apresentam uma propensão a um descontrole dos impulsos, consumir pornô pode levar a um quadro de “vício” ou dependência.
Se uma pessoa perceber que existe um exagero e que está deixando de fazer outras coisas, como trabalhar, interagir com as amizades, com a parceria ou com a família, é importante controlar esse consumo para que ele não atrapalhe a vida e os relacionamentos.
A recomendação é diminuir pouco a pouco o uso da pornografia, não é necessário zerar – caso seja um comportamento que a pessoa curta – , mas talvez diminuir e controlar. Se existir alguma dificuldade em fazer isso só, é importante procurar ajuda terapêutica.
Confira:
Vários estudos têm mostrado que o consumo excessivo de pornografia, principalmente pelos homens, produz uma expectativa em relação ao desempenho na cama que é descolada da realidade.
As cenas apresentadas nessas produções são de relações sexuais performáticas, que não acabam nunca e com atores que ejaculam uma quantidade alta, o que faz muitos homens acharem que ejaculam pouco.
Diante disso, alguns estudos indicam que assistir vídeos eróticos em excesso pode apresentar alguma disfunção erétil. Possivelmente, o problema está relacionado aos estímulos dos vídeos, que provocam uma dimensão exagerada da performance sexual, levam a comparações indevidas e geram ansiedade.
Outro ponto de atenção é que algumas pessoas desenvolvem uma dependência dessas produções – ou seja, só conseguem ficar excitadas ao assistir pornografia – o que também pode dificultar na "hora H".
Então, a recomendação é não exagerar nem no tempo e nem na quantidade de estímulos buscados nesse tipo de conteúdo. O melhor termômetro sempre é você e, se achar que está exagerando, tente controlar um pouco.
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