Não é incomum encontrarmos gente que passe horas e mais horas conectada ao computador ou ao celular, dedicando-se a jogos eletrônicos. Mas até que ponto isso pode se transformar num problema de saúde?
O transtorno de jogos eletrônicos (“gaming disorder”, em inglês) é definido como um padrão de dependência que afeta pessoas que ficam muito tempo online nesses jogos. É um fenômeno cada vez mais comum, principalmente entre os mais jovens.
Para fechar o diagnóstico, o indivíduo precisa ter o problema por pelo menos 12 meses, num padrão que interfere em outras áreas de sua vida, como em qualquer outro tipo de dependência.
Entre os sinais mais comuns, estão os prejuízos no trabalho, na escola, na alimentação, no sono, nas relações sociais e afetivas. Ou seja, na qualidade de vida como um todo, porque a pessoa deixa de fazer outras coisas por causa do jogo.
Se a pessoa não joga, ela pode apresentar alterações de comportamento devido à abstinência, sentindo-se mal, ansiosa, tensa, mal humorada e agressiva.
Nesses casos, o indivíduo deve procurar um profissional de saúde mental para uma avaliação e, se necessário, tratamento.
Dr. Jairo Bouer
Médico psiquiatra com formação na Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo), biólogo pela UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), e mestre em evolução humana e comportamento pela University College London, além de palestrante e escritor. Twitter: @JairoBouerDr