Redação Publicado em 31/07/2022, às 10h00
“Doutor, a camisinha estourou e 30 minutos depois já tomei a pílula do dia seguinte. Desde ontem, estou tendo um sangramento meio marrom. Isso é um sinal de que a pílula pode ter funcionado?”
Sim, isso pode ser um indício da ação da pílula do dia seguinte. Esse tipo de medicamento tem uma dose elevada de hormônios e, quando a mulher toma, esses níveis aumentam e depois caem. Ao diminuírem, normalmente, eles provocam uma descamação do útero e, portanto, um sangramento.
Além disso, toda vez que acontecer um acidente de percurso como esse, vale ligar para o ginecologista e conversar sobre a necessidade real de utilizar a pílula do dia seguinte. Por exemplo, se a camisinha estourou e o homem não ejaculou ou a mulher estava fora do período fértil, não seria preciso tomá-la.
Para evitar uma possível gravidez, a pílula do dia seguinte deve ser tomada o mais rápido possível (apesar do nome, não é preciso esperar o dia seguinte), pois a sua eficácia diminui de maneira progressiva com o passar do tempo.
Assim, o ideal é que a pílula do dia seguinte seja tomada nas primeiras 12 ou 24 horas após a relação sexual, período que garante maior eficácia, na ordem de 95%. Mas também é possível utilizá-la em até 72 horas (ou três dias) após a relação suspeita. Se tomada depois desse prazo, no quarto ou no quinto dia após a relação, a eficácia diminui bastante e a mulher deve ficar atenta para o risco de gravidez.
Alguns estudos indicam que as taxas de eficácia das pílulas do dia seguinte podem ser um pouco mais baixas para mulheres com sobrepeso ou obesidade.
Conclusão: mesmo quando tomada de forma correta, a pílula do dia seguinte apresenta uma margem de falha e não garante 100% de proteção. Portanto, é aquela velha história: melhor prevenir do que remediar.
Confira:
De acordo com o Ministério da Saúde, as principais indicações para o uso da pílula do dia seguinte são:
A pílula do dia seguinte é um método conhecido por grande parte das mulheres para evitar uma gravidez indesejada. Entretanto, é um método de emergência e seu uso deve ser exceção e nunca a regra.
A pílula do dia seguinte tem de seis a 20 vezes a dose hormonal de uma pílula comum. Sendo assim, utilizá-la com frequência pode acarretar maiores problemas para além do sangramento, como irregularidade menstrual, dores de cabeça, náuseas, vômitos, desconforto no estômago e tonturas.
A recomendação, quando a mulher começa a repetir o uso da pílula do dia seguinte, é procurar um ginecologista que ofereça opções de métodos contraceptivos que deem maior segurança. As pílulas anticoncepcionais convencionais, por exemplo, contêm menores dosagens de hormônios, causam menos efeitos colaterais e são mais eficazes. Também há outras formas de administração, como adesivos, injeções ou implantes para quem costuma esquecer de tomar a pílula.