Crises de ansiedade “do nada”: isso é normal?

Jairo Bouer participou de uma live com a cantora e tiktoker Ariah, um sucesso na plataforma, para falar sobre saúde mental. Durante o bate-papo, uma dúvida apareceu: as crises de ansiedade podem surgir “do nada”?

Antes do psiquiatra responder, Ariah fez questão de compartilhar a sua experiência. Segundo a influencer, normalmente as suas crises de ansiedade têm uma causa, porém, às vezes, elas aparecem de forma repentina.

Às vezes eu tô em casa, de boa, e fico ansiosa. Mas eu acho que têm certos gatilhos no meu caso. Por exemplo, já fiquei com crise de ansiedade por causa de hating, amizade, relacionamento, algum compromisso ou situação que eu teria que lidar e até por ser manhã.  Eu reparei que eu e meus amigos com ansiedade não gostamos da manhã, porque parece que a gente acorda e já está todo mundo lá na ativa e começamos a surtar”, comentou. 

Jairo explicou que a ansiedade é uma parte importante na vida. O problema é quando ela começa a ficar muito frequente a ponto de atrapalhar o bem-estar. Ainda de acordo com ele, as duas situações podem acontecer, ou seja, a crise de ansiedade ter um gatilho ou aparecer “do nada”. 

Comportamento

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Saúde masculina

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A crise de ansiedade pode aparecer do nada mesmo ou, às vezes, ela aparece com gatilhos. Por exemplo, um indivíduo que está na fase de vestibular e processos seletivos, está muito estressado e estudando demais. Ou uma pessoa que terminou um relacionamento ou está atravessando uma fase difícil, ou que está enfrentando uma depressão. Todas essas questões podem deixar a pessoa mais ansiosa e resultar em uma crise”, pontuou.  

O psiquiatra aproveitou ainda para alertar sobre a influência da internet: 

Existe uma idealização na internet, a gente acha que está todo mundo sempre bem e, se estamos em um período mais vulnerável, isso pode atrapalhar e incomodar. As redes sociais são uma janela para a vida de todos nós e, como passamos cada vez mais tempo navegando, estamos mais expostos. Esse uso em exagero e/ou ser vítima de hating (comentários maldosos, cyberbullying, linchamento virtual), todos esses processos podem provocar um impacto muito forte e a crise de ansiedade pode aparecer."

Confira:

• Ansiedade é mais comum em jovens com doenças crônicas
• Pessoas fisicamente ativas têm chances 60% menores de terem ansiedade

Como ajudar alguém com ansiedade?

A ansiedade pode se manifestar de formas diferentes, sendo uma comum o chamado Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG), em que as pessoas sentem ansiedade e preocupação excessiva na maioria dos dias por pelo menos seis meses. Veja algumas dicas de como agir se alguém do seu convívio sofre com ansiedade ou está tendo uma crise:

1. Ofereça simpatia

É importante entender o que a pessoa está sentindo e tentar se colocar no lugar dela, evitando fazer julgamentos ou falar coisas que possam descredibilizar seus sentimentos. Afinal, ansiedade não é “mimimi”.

2. Escolha um lugar tranquilo 

Em momentos de crises, se vocês estiverem em um ambiente fechado ou com muitas pessoas, o ideal é procurar um lugar ao ar livre ou, pelo menos, que seja mais tranquilo e longe de tumultos. 

3. Não dê exemplos “piores”

Nunca devemos diminuir o que o outro está sentindo, principalmente fazer isso por meio de falas sobre situações “piores” ou “mais sérias”. Ter essa conduta não ajudará a diminuir uma crise de ansiedade e pode até intensificar o sentimento. 

4. Ofereça atenção

Escute mais e fale menos. Saiba ouvir, deixe a pessoa falar sobre seus sentimentos, angústias, medos e fale apenas quando for necessário. Muitas vezes, um “ouvido amigo” é tudo o que alguém com ansiedade precisa e deseja.

5. Sugira um exercício respiratório 

Em casos de ansiedade e estresse, a respiração é uma ferramenta extremamente eficaz. Vale, inclusive, vocês fazerem juntos. Tente fazer o seguinte exercício respiratório:  

• Deixe a respiração fluir e tente respirar profundamente;
• Tente respirar pelo nariz e expirar pela boca;
• Respire suavemente e regularmente. Algumas pessoas podem preferir contar constantemente de um a cinco.  Vale lembrar que, em meio a uma crise de ansiedade, a pessoa pode não ser capaz de chegar ao cinco de primeira. O importante é não se desesperar e continuar tentando até o ritmo da respiração normalizar;
• Sem pausar ou prender a respiração, deixe fluir suavemente – contando de um a cinco  – e permaneça fazendo isso por três a cinco minutos.