Pesquisadores afirmam que programas de emagrecimento para crianças são mais bem-sucedidos quando pai e mãe participam
Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h52 - Atualizado às 23h53
De uma forma geral, as mulheres são as maiores interessadas no que os filhos comem ou deixam de comer, as principais responsáveis pela lista de compras e pelo lanche que é levado para a escola. Conclusão? São elas, também, que levam a criança ou adolescente acima do peso para um profissional de saúde e acabam se envolvendo no programa de emagrecimento. No entanto, pesquisas mostram que os pais ou cuidadores masculinos têm um papel crucial nos hábitos alimentares e no nível de atividade física dos filhos.
Segundo pesquisadores da Universidade de Saúde Pública de Harvard T.H. Chan, nos Estados Unidos, uma criança é dez vezes mais propensa a ter excesso de peso quando somente o pai tem o problema, em comparação com crianças cujas mães, apenas, estão acima do peso. Apesar disso, eles raramente levam os filhos para as consultas com médicos ou nutricionistas, ou mesmo para praticar um esporte, sugere o estudo.
A equipe, do departamento de relações familiares e nutrição aplicada, analisou um total de 85 intervenções familiares conduzidas em diferentes países de 2008 para cá. Do total, 31 (37%) incluíram mães e pais, 29 (34%) incluíram apenas mães, 1 (1%) incluiu apenas pais e 24 (28%) não forneceram informações sobre o sexo dos cuidadores envolvidos. Em todas as intervenções, os homens representaram apenas 6% dos pais/cuidadores participantes. Os resultados foram publicados na revista Preventive Medicine.
A figura paterna exerce uma influência única no estilo de vida dos filhos, e as crianças poderiam ser mais bem-sucedidas na missão de comer melhor e fazer exercícios se os pais participarem tanto como as mães nos programas implementados pelos profissionais de saúde. Faltar no trabalho nem sempre é fácil, mas a saúde da criança deve ser a prioridade da família toda, ainda mais nesses tempos em que todo mundo passa o dia inteiro sentado.