Pesquisa de 11 anos mostrou que indivíduos sedentários tiveram um risco 44% maior de desenvolver o transtorno
Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h49 - Atualizado às 23h53
Um estudo realizado por pesquisadores de várias universidades comprova que fazer uma atividade física com regularidade diminui o risco de uma pessoa sofrer de depressão no futuro. Segundo o trabalho, publicado na Revista Americana de Psiquiatria, mesmo uma hora de exercício por semana já exerce um papel protetor, independente da intensidade, da idade e do gênero do indivíduo. Mas é preciso ter consistência – suar a camisa só de vez em quando não resolve.
A equipe contou com especialistas do Instituto Black Dog e da UNSW Sydney, na Austrália, do King’s College London, no Reino Unido, do Instituto Norueguês de Saúde Pública e das Universidade de Bergen, entre outras instituições da Noruega.
Os pesquisadores analisaram dados de 33.908 adultos noruegueses, que tiveram seus níveis de atividade física e sintomas de depressão e ansiedade monitorados ao longo de 11 anos.
A equipe concluiu que os cidadãos totalmente sedentários apresentaram uma probabilidade 44% maior de desenvolver depressão em comparação com quem se exercitava uma ou duas vezes por semana.
Mesmo descontados fatores como condição socioeconômica e uso de substâncias, os pesquisadores constataram que 12% dos casos do transtorno registrados no período poderiam ter sido evitados se os envolvidos praticassem pelo menos uma hora de atividade física por semana.
Para os autores, o incentivo ao exercício é uma forma simples e barata de evitar esse e vários outros problemas de saúde, como infarto e obesidade. No entanto, o sedentarismo tem se tornado regra em todo o mundo.
No Brasil, uma pesquisa apresentada pelo Ministério do Esporte no ano passado mostrou que 45,9% da população não pratica nenhuma atividade física. E, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, 6% dos brasileiros sofrem de depressão e 9% tê, algum transtorno de ansiedade.