Redação Publicado em 24/09/2024, às 09h00
Qual é a primeira coisa que você faz de manhã ao acordar? Para muita gente, checar o celular vem antes de ir ao banheiro. Mas essa urgência em verificar mensagens, notícias ou notificações faz mesmo mal?
Embora muitos pesquisadores definam o apego aos smartphones como algo prejudicial à saúde física e mental, a verdade é que os efeitos do uso da tecnologia dependem de múltiplos fatores, como tempo total gasto no aparelho, frequência, momento e propósito de uso. E o que é bom para um grupo de pessoas pode não ser para outro, conforme explica a pesquisadora Sheila Cotten, professora de sociologia, antropologia, justiça criminal e comunicação da Universidade de Clemson, na Carolina do Sul (EUA).
Em artigo para o site The Conversation, a especialista, que tem estudado o impacto do uso da tecnologia na qualidade de vida, oferece alguns conselhos para ajudar as pessoas a prosperarem num mundo em que não é mais possível abrir mão do celular.
Se as horas de uso por dia estiverem aumentando, pense por que isso está acontecendo e se esse aumento está ajudando ou prejudicando suas atividades cotidianas. Um aspecto da alfabetização digital é entender seus padrões de uso.
Usar um smartphone pode ajudar as pessoas a acessar informações online, agendar compromissos, encontrar os melhores trajetos, comunicar-se e manter contato constante com seus laços sociais. Essa disponibilidade e acesso a informações e contatos pode ser benéfica e ajudar as pessoas a equilibrar responsabilidades de trabalho/estudo e familiares. No entanto, também pode estar relacionada à intensificação do trabalho, sobrecarga de informações, redução do bem-estar e o redução das fronteiras entre trabalho e vida pessoal. Pesar os prós e contras do uso pode ajudar você a entender quando o uso do telefone é benéfico ou prejudicial.
Você realmente precisa saber que um antigo amigo da escola enviou uma mensagem no Facebook naquele momento específico?
Pense antes de permitir que você use o celular para redes sociais ou outras atividades. Saber esses horários a cada dia pode ajudar você a se concentrar, além de usar o telefone de maneiras mais úteis e produtivas.
Não use o telefone antes de dormir ou logo ao acordar. Você já checou o e-mail uma última vez antes de dormir, apenas para encontrar uma mensagem que deixa sua mente acelerada e acaba prejudicando seu descanso?
Defina horários e situações em que você não vai usar o smartphone. Algumas pesquisas da professora mostraram que usar o celular na presença de outras pessoas que não estão usando dispositivos, particularmente adultos mais velhos, pode ser percebido como rude, dificultar a comunicação e causar angústia. Ela e sua equipe chamam essa situação de divisão físico-digital.
Não se compare com os outros em termos de quantidade de uso, mas esteja consciente de quando o uso é benéfico ou talvez esteja levando você a se sentir estressado ou distraído.
Tudo bem usar o smartphone como distração, mas faça isso com moderação. Se você se pega constantemente recorrendo ao aparelho quando está entediado ou trabalhando em algo difícil, tente encontrar maneiras de manter o foco e superar os desafios que está enfrentando.
Deixe seus laços sociais mais próximos saberem que você não vai verificar o celular constantemente. Embora as pessoas muitas vezes esperem respostas imediatas quando enviam mensagens para os outros, a realidade é que a maioria das mensagens não requer uma resposta imediata.
Isso não é exclusivo para os celulares, mas é relevante, dado o número de pessoas que relatam usar seus celulares e outros dispositivos digitais para acessar notícias e redes sociais. Na era da desinformação e da má-informação, ser crítico em relação às informações encontradas online é uma necessidade.
Todas essas sugestões podem ajudá-lo a estar mais consciente sobre quanto tempo você gasta no celular, bem como dos motivos pelos quais você usa o aparelho. É importante para o seu bem-estar ser um consumidor crítico da tecnologia e das informações que você obtém ao usar seus dispositivos.