Redação Publicado em 01/12/2021, às 10h00
O efeito da dieta na saúde do cabelo e couro cabeludo não é claro. No entanto, alguns estudos sugerem que certos alimentos podem aumentar o risco de queda dos fios, como carboidratos simples que incluem açúcares refinados e grãos.
É normal perder até 100 fios por dia. Os homens e, em menor medida, as mulheres, geralmente perdem mais cabelo com a idade. No entanto, existem muitas causas possíveis para a queda de cabelo atípica, que vão desde certas doenças até o uso de certas pílulas anticoncepcionais. Uma dieta nutritiva pode afetar muitos aspectos do funcionamento do corpo. Algumas também podem influenciar a saúde do cabelo e do couro cabeludo, o que pode levar à queda dos fios.
Comer grandes quantidades de alimentos não saudáveis ou quantidades insuficientes de certos nutrientes podem piorar a queda de cabelo. Uma revisão de 24 estudos, publicada no ano passado, sugeriu que dietas anti-inflamatórias, como a mediterrânea, podem promover a saúde do cabelo e prevenir a queda. Ela compreende muitos alimentos ricos em nutrientes, incluindo frutas, vegetais, grãos inteiros e azeite.
Embora alimentos anti-inflamatórios nutritivos possam promover o crescimento do cabelo, evidências limitadas sugerem que alimentos inflamatórios menos nutritivos podem causar a queda. Por exemplo, algumas pesquisas indicam que o consumo excessivo de carboidratos simples pode indiretamente levar à inflamação, o que pode piorar a perda excessiva de cabelo nas mulheres. Os carboidratos simples incluem alimentos como açúcares refinados e grãos.
Estudo de 2019 com duas mulheres em transição para a menopausa sugeriu que a perda de cabelo que experimentaram teve possíveis ligações com a ingestão de atum, um peixe rico em mercúrio. Os autores concluíram que mais pesquisas sobre isso eram necessárias. Atualmente, estudos existentes apontam mais para que certos alimentos e nutrientes sejam capazes de melhorar a saúde do cabelo do que causar queda diretamente.
Os alimentos com um efeito potencialmente negativo na saúde e no crescimento do cabelo incluem:
Estudo de 2016 sugere que dietas ricas em carboidratos simples podem contribuir para a queda de cabelo. Os autores sugerem que comer carboidratos simples aumenta a produção de sebo, substância oleosa que as glândulas ligadas aos folículos capilares liberam. Embora o sebo seja benéfico para a saúde do cabelo, quantidades excessivas podem causar inflamação, que é prejudicial à saúde dos fios.
Alimentos açucarados também fazem com que o pâncreas aumente a produção do hormônio insulina, que afeta negativamente os vasos sanguíneos do couro cabeludo. As pessoas devem evitar comer muitos carboidratos simples, como doces, bolos e biscoitos. Também estão na lista grãos refinados, como arroz branco, macarrão ou pão. Os carboidratos complexos são uma alternativa mais nutritiva que inclui grãos integrais, feijão e vegetais.
Relato de estudo em 2019 em duas mulheres que experimentaram queda de cabelo descobriu que tinham altos níveis de mercúrio no sangue pelo consumo de peixe. A queda de cabelo melhorou depois que reduziram a ingestão de peixes ricos em mercúrio. A FDA (Food and Drug Administration), órgão que regula alimentos nos Estados Unidos, ainda recomenda comer 2–3 porções de peixe por semana devido ao seu alto valor nutricional. Portanto, ater-se a peixes com baixo teor de mercúrio, como salmão, truta, sardinha e bacalhau, pode ser benéfico para pessoas com queda de cabelo.
Um estudo mais antigo, de 2010, sugeriu evitar alimentos fritos e carne vermelha para melhorar a saúde capilar. Os autores afirmaram que esses alimentos podem afetar negativamente a saúde do cabelo porque causam a hiperatividade das glândulas sebáceas.
Os estudos que exploram o efeito da dieta na perda de cabelo ainda estão nos estágios iniciais. No entanto, revisão de 2020 sugeriu que uma forma de perda de cabelo chamada eflúvio telógeno pode, às vezes, resultar de uma dieta severamente pobre em calorias, proteínas ou certos micronutrientes. Estudo de 2016 sugere que uma dieta balanceada, incluindo quantidades suficientes de proteínas, vitaminas e minerais, é necessária para a saúde e o crescimento dos fios.
A seguir estão algumas das recomendações dietéticas:
Proteínas: contêm aminoácidos necessários para o crescimento do cabelo. Exemplos de fontes de proteína incluem: queijo tipo cottage, iogurte, feijões, aves, sementes, nozes, ovos e peixes.
Gorduras saudáveis: as do tipo insaturadas hidratam o cabelo e podem prevenir a queda. Algumas fontes: peixes gordurosos, como salmão, sementes de linhaça, nozes e azeite.
Vitamina C: a deficiência dessa vitamina pode afetar negativamente a formação de fios. Exemplos de fontes: vegetais de folhas verdes, morangos e frutas cítricas.
Folato: esta forma de vitamina B estimula a reconstrução do cabelo. Pode se encontrado em: ervilhas, beterraba e aspargos.
Biotina: pode promover o crescimento do cabelo, por isso é ingrediente obrigatório nos suplementos antiqueda. As fontes incluem: gema de ovo, batata- doce, salmão, sementes de girassol e amêndoas.
Niacina: esta vitamina B também é necessária para a saúde do cabelo. Onde encontrar: salmão, molho marinara, grãos integrais, amendoim e sementes.
Ferro: em quantidade insuficiente, pode causar queda de cabelo. As fontes incluem: carne vermelha, aves, espinafre, feijão branco, lentilhas e damascos secos.
A dieta é um fator na prevenção da queda de cabelo, mas outras medidas comportamentais também podem ajudar. Veja quais:
Pare de fumar: pesquisa de 2020 envolvendo 1.000 homens saudáveis descobriu que a queda de cabelo era mais comum em fumantes do que em não fumantes. Os resultados sugerem que a nicotina pode acelerar a progressão da queda de cabelo.
Evite produtos que danificam o cabelo: a American Academy of Dermatology Association (AADA) sugere que produtos para colorir, relaxar ou fazer permanente podem ter efeitos prejudiciais e levar à queda.
Evite puxar os fios: a AADA também afirma que penteados que puxam o cabelo para trás com força contra o couro cabeludo podem causar queda permanente dos fios. A mania de puxar o cabelo para aliviar o estresse também é prejudicial.
Fonte: Medical News Today
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