Pesquisadores descobriram, entretanto, que apenas um ano de tratamento pode retardar a aceleração da idade
Redação Publicado em 10/03/2022, às 14h50
A apneia obstrutiva do sono (AOS) tornou-se um problema de saúde relevante em todo o mundo. A literatura recente estima que mais de 1 bilhão de indivíduos tenham este distúrbio, ligado a um maior risco de hipertensão arterial, ataques cardíacos, derrame, diabetes e outras condições crônicas.
Além disso, pesquisadores da Universidade do Missouri (Estados Unidos) descobriram que, se não tratada, a AOS também acelera o processo de envelhecimento biológico e que o tratamento adequado pode retardar ou, possivelmente, reverter essa tendência.
O corpo humano pode ter duas idades: a biológica e a cronológica. A primeira é a que comemoramos o nosso aniversário, ou seja, está associada ao tempo que uma pessoa vive. Já a idade biológica está relacionada ao organismo e refere-se a quantos anos a pessoa parece ter. Por exemplo, um indivíduo com 65 anos pode sentir-se e parecer muito mais jovem e o oposto também acontece.
Em alguns casos, a idade biológica pode ser maior que a cronológica. Isso ocorre quando a pessoa mantém um estilo de vida pouco saudável e os indícios do envelhecimento aparecem antes do esperado.
Quando a idade biológica está superando cronológica, esse fenômeno é chamado de "aceleração da idade epigenética" e está ligado à mortalidade geral e a doenças crônicas, entre elas a AOS.
Confira:
Entretanto, essa aceleração não é exclusiva de um quadro de apneia, podendo ser causada por outros fatores, como tabagismo, má alimentação e poluição.
Segundo os pesquisadores, na cultura ocidental, não é incomum que as pessoas experimentem a aceleração epigenética da idade, mas o objetivo do estudo era saber como a AOS afeta esse processo em comparação a indivíduos que não sofrem com a condição.
A equipe analisou 16 não fumantes adultos que foram diagnosticados com apneia obstrutiva do sono e os comparou com outros oito indivíduos sem a condição para avaliar o impacto da AOS na aceleração da idade epigenética durante um período de um ano.
O teste de aceleração envolve um exame de sangue que analisa o DNA e usa um algoritmo para medir a idade biológica. Após essa etapa, o grupo com o diagnóstico recebeu um tratamento contínuo por um ano antes de ser testado novamente.
Os resultados mostraram que interrupções induzidas pela AOS e os níveis mais baixos de oxigênio durante o sono promoveram uma aceleração mais rápida da idade biológica em comparação com o grupo controle.
No entanto, os participantes que aderiram ao tratamento adequado apresentaram uma desaceleração da idade epigenética, enquanto as tendências de aceleração desse aspecto não se alteraram para o grupo sem a condição.
Assim, para os pesquisadores, as descobertas sugerem que a aceleração da idade biológica é pelo menos parcialmente reversível quando o tratamento eficaz para a apneia obstrutiva do sono é implementado.
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