Apneia do sono pode ser muitas vezes diagnosticada como depressão

Pacientes deixaram de relatar sintomas depressivos e pensamentos suicidas após tratamento contra o distúrbio do sono

Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h32 - Atualizado às 23h56

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Mais de 70% das pessoas que sofrem de apneia do sono apresentam sintomas de depressão. O que significa que, em muitos casos, o transtorno psiquiátrico na verdade é provocado por interrupções constantes na respiração durante o sono.

A conclusão é de um estudo publicado no Journal of Clinical Sleep Medicine e divulgado no site Medical News Today.

A apneia do sono é um problema frequente, que tem sido associado ao aumento do risco de hipertensão, doenças cardíacas, derrame e diabetes tipo 2. O tratamento mais comum é o uso de uma máscara de pressão positiva, a CPAP, que mantém as vias aéreas desobstruídas durante a noite.

Pesquisadores da Universidade Western Australia avaliaram mais de 400 pacientes, dos quais 293 foram diagnosticados com apneia do sono. Desse total, 73% apresentavam sintomas de depressão, que eram mais intensos conforme a gravidade da apneia.

Os 228 participantes que aderiram ao uso da máscara de pressão positiva relataram uma redução significativa nos sintomas depressivos depois de 3 meses de tratamento. Além disso, 41 pacientes que apresentavam pensamentos suicidas deixaram de manifestar o sintoma depois desse período.

Os pesquisadores sugerem que os pacientes que sofrem de depressão devem conversar com seus médicos sobre eventuais alterações de sono, como ronco frequente e sonolência diurna. E é importante que os psiquiatras considerem a possibilidade de pedir um exame de polissonografia.

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