Arruda (Ruta graveolens) é um arbusto perene nativo do sul da Europa que se tornou muito famosa e até considerada sagrada no Brasil. As partes que crescem acima do solo e o óleo são usados como medicamento. Ela contém substâncias químicas que podem ter efeitos antibacterianos e anti-inflamatórios. As pessoas a usam para tratar problemas de saúde, como repelente de insetos e até mesmo no controle de natalidade, entre muitos outros fins, mas não há boas evidências científicas para apoiar esses usos.
Na Antiga Grécia era empregada para afastar doenças contagiosas; entre os romanos era popular como tempero de carnes. No entanto, seu uso para temperar carnes, sopas e saladas bem como no preparo de infusões, licores digestivos e aromatização de vinhos deve ser limitado e acompanhado, devido sua toxicidade. Entre seus constituintes químicos estão ácido salicílico, alcoóis, ésteres, matérias resinosas e pépticas, flavonoides (especialmente rutina), undecanona e alcaloides.
Shakespeare cita a arruda em sua obra "Hamlet", como a "erva sagrada dos domingos", lembrando os rituais de exorcismo, onde se utilizava uma mistura da erva com vinho. Na mesma época a infusão da planta era popular como anticoncepcional e abortiva.
A arruda pode ser utilizada das seguintes maneiras: decocção, infusão, extrato, cataplasma, alcoolato e sumo das folhas misturado com outros sumos.
Ela é indicada para nevralgias, afecções dos rins, bexiga e do fígado, reumatismo, gota, afecções cardíacas de natureza nervosa, inflamação nos olhos, sarna, piolho,; e como vermicida, estimulante, emenagogo (estimula o fluxo sanguíneo na região pélvica e no útero e até a menstruação), repelente, antiespasmódico, carminativo, sudorífico e analgésico.
A Embrapa lista alguns exemplos de problemas de saúde nos quais a arruda pode ser utilizada:
Inflamação nos olhos - decocção: ferver por alguns minutos uma colher de sopa de folhas frescas moídas para uma xícara de água; lavar os olhos com a solução por três vezes ao dia até desaparecerem os sintomas.
Piolho - infusão: duas xícaras (de café) de folhas picadas com 500 ml de água fervente; coar, esfriar e lavar a cabeça por três dias.
Sarna - extrato: folhas secas picadas (um copo) em um litro de álcool. Deixar em repouso por três dias e coar. Diluir 50%, e aplicar na área afetada.
Dores, gripes, reumatismo - infusão: chá das folhas (uma pitada/xícara).
Abcessos - cataplasma: aplicar cataplasma de folhas frescas sobre a parte afetada, cobrindo-o com gaze.
Repelente: queimar a parte aérea da planta, em forma de defumação.
-Quando tomada por via oral: é mais comum consumir a arruda em alimentos. É possivelmente segura quando produtos contendo folhas secas são usados como medicamento. Porém, ela pode causar cólicas, sonolência e tontura. Também não é segura quando as folhas frescas ou o óleo são usados, ou quando as folhas secas são usadas em grandes quantidades, pois podem causar efeitos colaterais graves, incluindo dor de estômago, vômitos, danos renais, problemas respiratórios e até mesmo morte.
-Quando aplicada na pele: provavelmente não é seguro usar arruda fresca. Pode causar erupções cutâneas e bolhas, que podem piorar quando expostas ao sol.
-Amamentação: não há informações confiáveis suficientes para saber se a arruda é segura para uso durante a amamentação. Melhor evitar o uso.
-Problemas renais: arruda pode piorar os problemas renais existentes.
-Problemas de fígado: a erva pode piorar os problemas de fígado existentes.
Observação: a ingestão excessiva de arruda pode ser perigosa, podendo causar hemorragias graves, dores epigástricas, cólicas, vômitos, convulsões e sonolência. Pelas suas propriedades emenagogas durante a gravidez, pode provocar hemorragias e, por sua vez, o aborto.
Tenha cuidado com esta combinação
Medicamentos que aumentam a sensibilidade à luz solar (drogas fotossensibilizantes) interagem com a arruda. Alguns podem tornar a pele mais sensível à luz solar. A erva também pode tornar a pele mais sensível à luz solar. Como já foi dito, o uso desses produtos juntos pode aumentar o risco de queimaduras solares, bolhas ou erupções cutâneas quando a pele é exposta à luz solar. Certifique-se de usar protetor solar e roupas de proteção ao passar algum tempo ao sol.
Não há informações confiáveis suficientes para saber qual pode ser a dose apropriada de arruda. Tenha em mente que os produtos naturais nem sempre são necessariamente seguros e as dosagens podem ser importantes. Certifique-se de seguir as instruções relevantes nos rótulos dos produtos e consulte um profissional de saúde antes de usar.
Fontes: Embrapa/ Escola de Botânica/ WebMD
Cármen Guaresemin
Filha da PUC de SP. Há anos faz matérias sobre saúde, beleza, bem-estar e alimentação. Adora música, cinema e a natureza. Tem o blog Se Meu Pet Falasse, no qual escreve sobre animais, outra grande paixão. @Carmen_Gua