Redação Publicado em 16/03/2021, às 15h00
Não é novidade que praticar atividade física regularmente é uma das formas mais eficazes de manter a saúde, viver mais e com maior qualidade de vida. Entretanto, um estudo recente publicado pela revista JAMA Internal Medicinerevela que, além da regularidade, a intensidade dos exercícios também conta para aumentar a longevidade.
A pesquisa foi realizada com base em um banco de dados de 403.681 norte-americanos, acompanhados anualmente. A equipe comparou a redução da mortalidade associada a diferentes combinações de exercícios de intensidades moderadas e fortes. Todos os participantes cumpriam a recomendação da OMS (Organização Mundial da Saúde) de praticar de 150 a 300 minutos de exercícios por semana.
Segundo os pesquisadores, fazer exercícios físicos regularmente é melhor do que nada. Porém, os resultados mostraram que incluir atividades mais intensas, como futebol ou uma corrida, ao longo da prática semanal está ligada à redução da mortalidade.
Na comparação feita com adultos que só realizaram atividades moderadas, aqueles que algum tipo de exercício intenso em metade ou até 75% do tempo, ao longo da semana, apresentaram uma redução de 17% da mortalidade em geral, que inclui diversas causas de morte como doenças cardiovasculares e câncer.
O estudo contou com a colaboração de várias instituições ao redor do mundo, como Universidade de Wuhan (China), Universidade de Santiago do Chile (Chile) e da Universidade Europeia Miguel de Cervantes (Espanha). E foi coordenado por Leandro Rezende, professor do Departamento de Medicina Preventiva da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM-Unifesp).
Além disso, para lidar com dados de um número grande de indivíduos com os mais diferentes históricos, foi necessário incluir outros fatores que poderiam interferir no resultado final do estudo, como tabagismo, doenças existentes no início da pesquisa, consumo de álcool, entre outros.
Para a equipe, o estudo traz a resposta de uma antiga pergunta: é melhor praticar atividades moderadas ou vigorosas? De acordo com os resultados, ambas são importantes, mas aplicar maior intensidade nas práticas físicas regulares reduz ainda mais a mortalidade.
A intensidade de um exercício é medida pela unidade de equivalente metabólico ou a quantidade de gasto energético - produzido por quilo de peso por minuto. Atividades consideradas moderadas, como caminhar, passear de bicicleta e tarefas domésticas, envolvem um gasto energético que varia de três a seis unidades de equivalente metabólico.
Já atividades mais vigorosas - dança, natação, pedalar em alta velocidade, correr, praticar esportes como futebol ou boxe - correspondem a mais de sete unidades de equivalente metabólico.
Os resultados obtidos pela pesquisa reforçam a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) de realizar, pelo menos, 150 a 300 minutos de atividades físicas de intensidade moderada por semana, ou 75 a 150 minutos de atividade física de intensidade forte ou, ainda, uma combinação equivalente de ambas.
No estudo, os adultos que não praticavam atividade física foram comparados com aqueles que realizavam algum tipo de exercício na semana, independentemente da intensidade. Com isso, os pesquisadores notaram que os participantes ativos, levando em consideração a idade e outros fatores, apresentaram menor mortalidade quando contrastados com aqueles que nunca deixaram de ser sedentários.
Nesse cenário, segundo a equipe de estudiosos, não importa se a atividade física tem uma intensidade moderada ou forte, entretanto a magnitude da redução da mortalidade é maior em pessoas que praticam exercícios físicos intensos do que entre os que realizam atividades consideradas moderadas.
Ainda segundo os dados, um indivíduo que faz 75 minutos de atividades físicas intensas semanalmente realiza o equivale a 150 minutos de exercícios moderados.
*Com informações da reportagem de Maria Fernanda Ziegler, da Agência Fapesp