O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é considerado uma das principais causas de incapacidade no mundo
Redação Publicado em 17/02/2022, às 15h30
Um levantamento de dados realizado pela Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV) junto ao Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde revelou que, a cada hora, 11 brasileiros morrem em virtude de um Acidente Vascular Cerebral (AVC).
A condição ocupa o segundo lugar no ranking de enfermidades que mais causam óbitos no país, ficando atrás apenas de mortes causadas por doenças cardiovasculares.
Além disso, o AVC é considerado uma das principais causas de incapacidade no mundo segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), podendo causar dificuldade para se locomover, falar, paralisia em um dos lados do corpo e perda de funções neurológicas.
Dados de 2020 revelam que, no Brasil, foram registradas quase 100 mil mortes e, ao longo da década (2010-2020), foram mais de um milhão de vítimas fatais. Aproximadamente 60% dos casos aconteceram em pessoas com menos de 80 anos.
O AVC é uma doença provocada pela interrupção do fluxo sanguíneo nos vasos do sistema nervoso central – subtipo conhecido como AVC isquêmico – ou pelo vazamento de sangue desses mesmos vasos (AVC hemorrágico).
Entre os principais sinais de alerta para a doença estão a perda súbita da força, formigamento de um lado do corpo (rosto e/ou membros), dificuldade para falar ou compreender a fala, perda súbita da visão de um ou ambos os olhos, perda do equilíbrio e/ou da coordenação, tontura e dores de cabeça intensas sem causas aparentes.
O principal ponto do AVC é que ele precisa de um atendimento rápido. A cada minuto que passa, dois milhões de neurônios morrem e as chances de sequelas graves e, até mesmo, de sobrevida, diminuem drasticamente. Por isso, é essencial procurar ajuda de um centro especializado assim que os sintomas começarem.
Confira:
No ano passado, só no Sistema Único de Saúde (SUS), foram listadas quase 195 mil pessoas internadas para tratamento do AVC. Desse total, aproximadamente 33 mil pacientes não resistiram. Em comparação a 2020, 15 estados apresentaram um aumento no volume dos atendimentos. Em Alagoas, por exemplo, os casos de hospitalização no SUS cresceram 61%.
Para os pesquisadores, a pandemia também pode ter contribuído para esse aumento. O medo do contágio pela Covid-19 afastou muitas pessoas de hospitais e consultórios, deixando os sinais do AVC negligenciados.
Alguns hábitos saudáveis também foram comprometidos ou abandonados durante o isolamento social, como seguir uma alimentação balanceada e praticar atividades físicas.
Por isso, é essencial fazer visitas regulares ao médico para discutir sintomas e sinais, pesquisar possíveis fatores de risco e realizar exames em geral. A identificação precoce de quadros de risco pode reduzir as chances do AVC acontecer de fato.
Para facilitar a identificação de um AVC, existe uma técnica que ajuda no reconhecimento dos sintomas. São quatro etapas que seguem a abreviação “SAMU”:
Para evitar um AVC, também é importante prestar atenção aos principais fatores de risco, que podem ser divididos em duas categorias: não modificáveis e tratáveis.
No primeiro caso se encaixa a idade, já que, conforme ela aumenta, são maiores as chances de apresentar a doença. Segundo a Sociedade Brasileira de Doenças Cerebrovasculares, a prevalência tende a aumentar após os 55 anos.
Em relação aos fatores de risco tratáveis, é essencial realizar a prevenção e o cuidado com a pressão alta, a obesidade, o sedentarismo, as doenças do coração – como arritmias –, o diabetes, o alcoolismo, o tabagismo e o colesterol elevado.
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