Para te ajudar a fazer boas escolhas, uma médica nutróloga e uma nutricionista dão dicas de pratos e bebidas
Cármen Guaresemin Publicado em 21/12/2022, às 12h00
Ceia de Natal e de réveillon sempre nos fazem pensar em uma mesa repleta de delícias, a maioria delas calórica e não muito saudável. Sim, é difícil manter o controle sobre a alimentação em tempos de festas. Porém, se neste ano é a sua vez de receber os convidados, você pode, sim, pensar em preparar opções mais saudáveis, porém não menos saborosas.
Não é tão difícil quanto parece. E para te ajudar a fazer boas escolhas, a seguir uma médica nutróloga e uma nutricionista dão dicas de pratos e de bebidas para as ceias que não vão te fazer passar mal ou sentir culpa pelos exageros. Confira as dicas:
“Moro, num país tropical”: sim, como diz a letra da música de Jorge Ben Jor, lembre-se que o Brasil é um país tropical, com altas temperaturas. Portanto, nada de escolher pratos pesados e indigestos. Além disso, se for preparar a ceia, procure ter organização e evitar exageros.
Prefira ingredientes locais: as ceias de Natal, na maioria das vezes, são recheadas de alimentos próprios para os dias frios do hemisfério norte, frutos de nossa história migratória e de influências culturais. Portanto, pense em alimentos que se ajustem ao nosso clima quente. Sempre que for possível, troque ingredientes nos pratos e nas bebidas programados para a ceia por opções mais leves e frescas. Elas serão muito bem-vindas. Nossos pratos são simples, mas deliciosos, fáceis de preparar e, certamente, poderão tornar uma mesa muito festiva e colorida.
Não chegue na festa de estômago vazio: se você é o convidado, um truque é comer algo leve e saudável antes da festa. Isto porque pode ser um erro chegar com fome em um banquete, pois fica mais difícil resistir às tentações. Procure comer bastante salada ou legumes, algumas proteínas magras (carne, frango ou peixe) e uma pequena porção de carboidratos integrais. As proteínas nos deixam satisfeitos por mais tempo.
Aperitivos e entradas: o ideal é que os aperitivos sejam frutas e vegetais frescos que possam ser servidos juntos de frutas secas e castanhas. Duas opções de entrada são suficientes, sendo que pelo menos uma delas seja: salada com folhas e vegetais frescos, mix de verduras, legumes assados e antepastos, frutas frescas e secas, nozes, castanhas, amêndoas, pistaches e uma seleção de queijos. Nozes e castanhas devem ser consumidas com parcimônia, porque, apesar de saudáveis, têm alta concentração calórica. Elas podem estar presentes, pois têm a cara do Natal, mas devem ser oferecidas preferencialmente junto com frutas frescas, que também dão um toque especial à festa, além de concentrarem menos calorias.
Acompanhamentos: arroz integral, negro ou 7 grãos são os mais indicados, porém, se a família preferir o branco, não tem problema. A mistura de farinha com frutas, nozes e especiarias, mais conhecida como farofa não pode faltar. As receitas, no Natal, levam ingredientes como frutas secas e frescas, oleaginosas, especiarias e vegetais, como cenoura, tomate, salsinha e cebolinha. Evite comprar farofas prontas, devido ao excesso de sódio e condimentos. Embutidos como bacon, linguiças, salsichas também devem ser evitados.
Salpicão: esta é uma deliciosa salada de verão e um prato muito popular nessas comemorações. Leva frango e vegetais e é temperada com creme de leite leve, iogurte natural ou coalhada, seca para um sabor mais leve, e coberta com palitos de batata crocantes. Evite maionese, creme de leite tradicional e condimentos industrializados.
Pratos principais: proteínas não podem faltar, o ideal é que pelo menos uma seja de carne branca. Quanto mais processadas elas forem, como defumadas e embutidas, mais ingredientes indesejáveis podem trazer. Assim, pratos de carne fresca e branca, como pescados, peito de aves e lombo suíno, devem estar presentes. É bom lembrar que a maioria das famílias no Brasil serve chester ou peru na ceia como pratos principais. Eles podem ser recheados ou não. Ambas as aves têm bastante proteínas e pouca gordura e podem ser recheadas com frutas secas, amêndoas e farofa. E serem servidas com batata ou legumes assados. São carnes leves, saborosas e muito adequadas ao nosso clima. Para uma escolha mais leve, opte pelas versões assadas ou cozidas em vez de fritura. Não esquecer de caprichar nas especiarias e nas ervas aromáticas frescas que dão o sabor de Natal aos pratos.
Sobremesas: os itens mais comuns no cardápio de sobremesas são panetones, rabanadas e frutas frescas, como goiaba, abacaxi, cerejas, pêssegos, uvas e manga. Portanto, prefira as frutas frescas e coma com moderação as frituras e doces.
Bebidas: normalmente são servidos refrigerantes, sucos de caixinha, espumantes e vinhos. Porém, se puder, fique com bebidas sem álcool, como águas saborizadas com frutas frescas e ervas aromáticas, ótimas opções para acompanhar a ceia, além de sucos naturais, drinques com água com gás e água de coco com gelo. Quanto às bebidas alcoólicas, elas servem para brindar o momento e mesmo em dias de festa o consumo moderado é sempre a melhor opção. Entre as escolhas, as fermentadas, como vinhos espumantes, brancos, tintos secos e cervejas são as melhores, desde que em pequenas quantidades.
Não é segredo que as dietas ficam em segundo plano durante a época festiva. Portanto, é normal que uma rotina de alimentação saudável se enfraqueça quando estamos cercados por tantas guloseimas. No entanto, depois de degustar inúmeros doces e consumir álcool durante as festas, o corpo precisa voltar aos trilhos com um plano de limpeza que inclua refeições nutritivas, baixas em calorias e ricas antioxidantes e fotoquímicos. A indicação é beber pelo menos 35 ml de água para cada quilo de peso nos dias seguintes às festas. Isso ajuda a eliminar as toxinas. A água pode ser preparada infundindo pepino, hortelã e limão, por exemplo. Assim, se você pesa 50 quilos, deve beber 1,750 L.
E nunca se esqueça, encontrar com parentes e amigos e dividir alimentos e bebidas nas comemorações de Natal e de fim de ano é algo muito importante. Porém, nem de longe isso é o principal motivo dessa reunião de pessoas. Portanto, não há motivos para se entregar aos exageros para depois ter que administrar as consequências indesejadas.
Fontes:
Adriana Stavro é nutricionista, mestre pelo Centro Universitário São Camilo. Especialista em Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT) pelo Hospital Israelita Albert Einstein, pós-graduada em Nutrição Funcional pela VP e em Fitoterapia pela Courses4U;
Marcella Garcez é médica nutróloga, mestre em Ciências da Saúde pela Escola de Medicina da PUCPR, Diretora da Associação Brasileira de Nutrologia e Docente do Curso Nacional de Nutrologia da Abran.
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