Além de serem boas fontes de fibras, abacates contêm várias vitaminas como C e K
Redação Publicado em 18/07/2022, às 12h00
As últimas tendências alimentares e dietas estão mudando constantemente e pode ser difícil acompanhar. Alguns especialistas estão agora adaptando suas pesquisas aos benefícios para a saúde de alimentos específicos. Um desses alimentos é o abacate. Um recente estudo publicado no Jornal da Associação Americana do Coração avaliou o impacto de comer um abacate diariamente em comparação com uma dieta habitual.
Embora os pesquisadores não tenham encontrado muita diferença entre os grupos de controle e intervenção, eles descobriram que os participantes que comiam abacate diariamente tinham níveis mais baixos de colesterol ruim e melhoraram a qualidade da dieta.
As pessoas podem obter colesterol dos alimentos, mas o corpo também o produz. Há dois tipos principais de colesterol: lipoproteína de baixa densidade (LDL) e lipoproteína de alta densidade (HDL). É essencial manter os níveis, em particular os de LDL (às vezes chamado de "colesterol ruim”), abaixo de uma certa quantidade para evitar resultados adversos à saúde, como acidente vascular cerebral ou doença arterial coronariana.
Evidências convincentes em estudos mostram que os níveis de colesterol no sangue são relevantes para a saúde do coração. Níveis elevados são um importante fator de risco para doenças cardiovasculares, incluindo doenças cerebrovasculares e coronárias. Pesquisas estão em andamento sobre quais fatores influenciam os níveis de colesterol e como as pessoas podem modificar suas dietas para manter o colesterol em níveis saudáveis e melhorar a dieta geral.
Uma área de interesse é como alimentos específicos afetam a saúde. Por exemplo, comer abacate pode ajudar a manter níveis saudáveis de colesterol. Os abacates também contêm várias vitaminas úteis, como C e K, e são uma boa fonte de fibra.
O estudo em questão era randomizado e examinou os benefícios para a saúde de comer um abacate diariamente ao longo de seis meses. Os pesquisadores queriam saber se comer esta fruta diariamente ajudava as pessoas a reduzir a adiposidade visceral em participantes com circunferência da cintura elevada (“uma circunferência da cintura ≥ 88 cm para mulheres e ≥ 102 cm para homens”).
Eles também analisaram o impacto em vários outros resultados de saúde, incluindo níveis de colesterol, peso corporal, índice de massa corporal e qualidade de vida relacionada à saúde.
Para serem incluídos no estudo, os participantes tinham que ter uma circunferência da cintura elevada e consumir regularmente de dois ou menos abacates por mês. O grupo de intervenção (505 participantes) consumiu um abacate diariamente, enquanto o grupo controle (503 participantes) continuou com sua dieta típica. Os pesquisadores coletaram dados sobre a ingestão alimentar no início do estudo e às 8, 16 e 26 semanas e usaram exames de ressonância magnética para observar os níveis de tecido adiposo visceral ou a gordura corporal que reveste os órgãos abdominais.
Os pesquisadores descobriram que não havia muitas diferenças significativas entre os grupos de controle e intervenção. A exceção foi nos níveis de colesterol. O grupo de intervenção apresentou níveis mais baixos de colesterol total e níveis mais baixos de "colesterol ruim”.
Também houve pequenas diferenças na dieta entre os dois grupos: o de intervenção teve pontuações mais altas no índice de alimentação saudável. O grupo de intervenção consumiu níveis mais altos de fibra e gordura e níveis mais baixos de carboidratos e proteínas.
Além disso, os pesquisadores também não encontraram diferenças significativas entre os grupos em relação ao peso, indicando que a incorporação de um abacate diário não contribuiu para o ganho de peso. A autora do estudo, Alice Lichtenstein, observou que adicionar "superalimentos" ou alimentos saudáveis à dieta não necessariamente se traduz em benefícios significativos para a saúde. No entanto, a inclusão do abacate foi associada a uma vantagem, uma melhora na qualidade geral da dieta.
Este estudo teve algumas limitações. Por exemplo, os pesquisadores não coletaram dados sobre os medicamentos dos participantes. Em segundo lugar, as pessoas foram observadas apenas ao longo de seis meses, e um período de tempo mais longo poderia ter resultados diferentes, principalmente em termos de tecido adiposo visceral, aquela que fica entre os órgãos.
Os pesquisadores também conduziram o estudo durante a pandemia de Covid-19, o que pode ter influenciado a vida dos participantes. Eles tiveram uma alta taxa de retenção de participantes, mas nem todos que iniciaram o estudo o concluíram. Algumas coletas de dados, como sobre os de alimentação, se basearam no relato dos participantes, portanto, há risco de erros.
Importante frisar que o estudo também é um lembrete de que não existe um único alimento milagroso quando se trata de uma dieta saudável. Para os pesquisadores, a mensagem importante é que focar em alimentos isolados não substitui a manutenção de padrões alimentares saudáveis como um todo. Dito isso, independentemente de qualquer benefício modesto no colesterol, qualquer coisa que incentive as pessoas a consumir mais frutas e vegetais como parte de uma dieta equilibrada geral deve ser bem-vinda.
Via: MedicalNewsToday
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