Redação Publicado em 18/01/2023, às 16h00
Se você aproveitou os feriados de fim de ano para passar tempo com parentes ou amigos que são como da família, saiba que você deu um presente para a sua saúde física e mental, segundo uma pesquisa recente.
Pesquisadores das universidades de Kent, Nottingham Trent e Coventry, no Reino Unido, mostra que cultivar laços com pessoas próximas tem essa vantagem. Para chegar à conclusão, eles contaram com auto-relatos de 13 mil pessoas de 122 países diferentes (Brasil incluído), coletados durante a primeira onda da pandemia de Covid-19.
A equipe avaliou a força dos vínculos das pessoas com círculos sociais próximos, como família e amigos, bem como o vínculo com grupos bem mais amplos, como seu país e a humanidade. Os comportamentos de saúde relacionados à pandemia e a saúde mental e bem-estar das pessoas também foram medidos.
Os resultados mostram que apenas o vínculo com a família, e não com outros grupos, está relacionado ao envolvimento positivo com comportamentos que podem melhorar a saúde. Na ocasião, eles incluíam lavar as mãos com frequência, usar máscara e praticar o distanciamento social.
As conclusões mostram que 46% das pessoas que tinham laços familiares fortes lavavam as mãos pelo menos “muito”, em comparação com 32% que não tinham laços fortes com a família. Além disso, 54% das pessoas sem vínculo com a família relataram que nunca usaram máscara.
Apesar de pessoas com fortes laços familiares constituírem apenas 27% de toda a amostra, elas constituíam 73% dos que praticavam distanciamento social, 35% dos que lavavam as mãos com frequência e 36% dos que usavam máscara.
O estudo também descobriu que ter fortes laços com círculos sociais próximos e grupos mais amplos está associado a uma melhor saúde mental e bem-estar.
Quanto maior o número de grupos com os quais as pessoas tinham vínculos fortes, maior o envolvimento em comportamentos de saúde e melhor o bem-estar psicológico relatado, com menos sintomas de ansiedade e depressão.
A pesquisa recomenda que as mensagens de saúde pública se concentrem em redes menores também, em tempos de crise, quando os indivíduos devem ser encorajados a compartilhar seus comportamentos positivos de saúde com seus círculos sociais próximos.
Os autores também sugerem que os sistemas de saúde deveriam estimular as pessoas que não têm família. a fazer parte de grupos sociais.
A antropóloga Martha Newson, da Universidade de Kent, disse que os resultados, que contam com diferentes populações, em diferentes países, reforçam a necessidade de pertencer a um grupo, mesmo que de forma abstrata, é algo universal:
Descobrimos que ter muitos grupos é importante para incentivar melhores comportamentos de saúde; isso inclui grupos abstratos, como seu país ou governo, mas o mais importante são nossos amigos e familiares mais próximos – grupos que provavelmente reconhecemos como importantes desde o início da história humana.”
Em tempos de crise, é ainda mais importante procurar pessoas com as quais nos identificamos, por isso é tão importante ter laços estreitos com familiares ou amigos. Afinal, o ser humano é um ser social.