Se seu pai, mãe ou irmão teve ou tem depressão, talvez você esteja preocupado em ter também. Ou talvez esteja angustiado que, por ter tido depressão, a transmitirá ao seu filho. Seja qual for o caso, você pode se perguntar: a depressão é genética? A depressão é um dos distúrbios de saúde mental mais comuns no planeta. Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), em todo o mundo, estima-se que mais de 300 milhões de pessoas, de todas as idades, sofram com esse transtorno. Qualquer um pode ficar deprimido, independentemente de sexo, raça ou origem.
Há evidências de que a depressão pode ocorrer nas famílias, sugerindo que fatores genéticos contribuem para o risco de desenvolver depressão, disse Natalie Dattilo, diretora de serviços de psicologia do Brigham and Women's Hospital, em Boston, à Health. Pesquisas estão em estágios iniciais, porém, muito ainda é desconhecido sobre a base genética da condição. Estudos sugerem que variações em muitos genes, em vez de em um único, combinam-se para aumentar o risco de desenvolver depressão.
A depressão não tem um padrão claro de herança nas famílias. É verdade que as pessoas que têm um parente de primeiro grau (como um pai ou irmão) com depressão têm duas a três vezes mais chances de desenvolver a doença. Por outro lado, muitas pessoas que desenvolvem depressão não têm histórico familiar do transtorno, e muitas com um parente afetado nunca a desenvolvem.
A depressão pode ser causada por vários fatores, diz Natalie. “Quando estou trabalhando com pessoas para ajudá-las a entender de onde veio sua depressão, pensamos sobre isso de uma perspectiva biopsicossocial. Isso é biológico, psicológico e social. Todas essas coisas precisam ser consideradas."
Modelo biopsicossocial
Para algumas pessoas, a depressão pode ser em grande parte biológica, o que significa que herdaram a predisposição para a doença, diz a psicóloga. O componente biológico do modelo biopsicossocial analisa como vulnerabilidade genética, saúde física e gênero afetam o humor. O componente psicológico se concentra na autoestima, habilidades de enfrentamento e emotividade. E o componente social leva em conta as circunstâncias familiares, status socioeconômico, relacionamento com os pares e nível de educação, entre outros. Qualquer um deles pode contribuir para o risco de desenvolver depressão.
Ter um histórico familiar da doença também pode aumentar o risco porque as crianças podem aprender estilos de pensamento das pessoas ao seu redor, diz Natalie. Se uma criança testemunha um pai ou irmão lutando contra a depressão, é possível que ela desenvolva uma visão pessimista da vida, o que é um fator de risco para a depressão.
“Sua visão da vida pode ser fortemente influenciada pelas pessoas com quem você passou muito tempo no início, e isso pode moldar sua visão do mundo e como você espera que as coisas aconteçam”, afirma a psicóloga.
Como o histórico familiar pode contribuir para o risco de depressão de várias maneiras, é importante estar ciente se você tem familiares que lutaram com a doença. Laura Honos-Webb, psicóloga clínica e autora de Listening to Depression (Ouvindo a Depressão, em tradução livre), diz à Health que aqueles que têm histórico familiar devem tentar estar mais atentos ao próprio humor. Ter uma compreensão de como é seu humor normal e estar sintonizado com qualquer mudança é fundamental. Se você notar uma mudança, mesmo que seja pequena, considere procurar ajuda. "Seja proativo e protetor", aconselha.
Tratamento eficaz
Além disso, esteja ciente de como os membros da família com depressão foram tratados e como eles responderam a esse tratamento. "Isso informará melhor o seu médico sobre quais tratamentos serão mais eficazes para você", diz Natalie, explicando que os membros da família geralmente respondem de maneira semelhante aos mesmos tratamentos.
Alguém com um membro da família que luta contra a depressão deve se preocupar? Natalie diz que não necessariamente, mas deve estar atentos. A depressão pode ser causada por vários fatores, e muitas pessoas com um parente afetado nunca desenvolvem o transtorno. É algo para se estar atento, mas não excessivamente preocupado.
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