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Depressão na velhice: risco associado a doenças diminui com a idade

É possível que pessoas mais velhas sejam capazes de lidar melhor com o estresse - iStock
É possível que pessoas mais velhas sejam capazes de lidar melhor com o estresse - iStock

Redação Publicado em 14/06/2021, às 19h01

Pessoas que fumam, têm pressão alta, são obesas ou sofrem de diabetes não só correm maior risco de sofrer com derrame, ataque cardíaco ou demência. Elas também são mais propensas à depressão. Porém, ao contrário do que acontece em relação às doenças cardiovasculares, envelhecer não acentua a tendência a sintomas depressivos. 

Quanto mais fatores de risco acumulados, maior a probabilidade de um indivíduo desenvolver doenças cardiovasculares ou problemas cognitivos, por exemplo.  Entretanto, não estava claro se essa hipótese também se aplicaria à depressão.

Segundo uma pesquisa que acaba de ser publicada por cientistas alemães, a resposta é sim: à medida que o tabagismo e outros fatores de risco se somam, a chance de sofrer com a depressão também aumenta. 

Em outras palavras, pessoas com idades entre 50 e 80 anos que acumulam vários dos pontos críticos (por exemplo, fumam e estão acima do peso), sofrem mais frequentemente com sintomas depressivos em comparação àquelas que estão expostas a menos fatores de risco. 

Porém, a pesquisa demonstrou também que, embora a depressão seja particularmente mais grave em pessoas de meia-idade expostas a fatores de risco, essa propensão diminui com o passar da idade. 

12 anos de análise

Para realizar o estudo, os pesquisadores investigaram o tema com a ajuda de uma pesquisa longitudinal chamada  "English Longitudinal Study of Ageing", no qual mais de 18.000 pessoas na Grã-Bretanha foram acompanhadas por um período de 12 anos. Além disso, também analisaram dados de mais de 7.000 indivíduos com mais de 50 anos que ainda não tinham sofrido ataque cardíaco, derrame ou demência. 

Pressão alta, tabagismo, diabetes, obesidade e os altos níveis de colesterol foram considerados como os principais fatores de risco. A cada dois anos, os pesquisadores registravam a extensão dos sintomas depressivos e calculavam individualmente sua evolução em função de fatores de risco e idade. 

Confira:

Relação com a depressão

Segundo os pesquisadores, existem possíveis razões para a conexão entre os fatores de risco e a depressão. Uma das possibilidades é que eles levem a mudanças na estrutura cerebral e, se as regiões responsáveis pela regulação das emoções mudam no processo, o humor dessas pessoas provavelmente se deteriora.

Outra hipótese é que condições como hipertensão, obesidade, diabetes e tabagismo sejam fontes de estresse para os pacientes, o que, por sua vez, seria capaz de provocar depressão. Afinal, não é fácil ter que tomar remédios, seguir orientações médicas e perceber com uma saúde geral frágil.

A influência da idade

Outro ponto analisado pelo estudo foi a questão da idade. De acordo com os autores, mais uma vez a razão pode ser psicológica, já que estudos anteriores já revelaram que pessoas mais velhas são mais capazes de lidar com o estresse. Dessa forma, determinados efeitos dos fatores de risco sobre o humor podem ser menos pronunciados. 

Uma segunda possibilidade é de natureza médica, segundo os autores: doenças graves, como a demência – e que, muitas vezes, ocorrem na velhice – fazem com que a pressão arterial caia vários anos antes do início da enfermidade e, com ela, o perigo representado por esse fator de risco específico. Além disso, fenômenos como a diabetes ou hipertensão geralmente são tratados com mais seriedade conforme a idade avança.

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