Achados revelaram que dormir pouco pode afetar diretamente o consumo calórico e o nível de gordura corporal
Redação Publicado em 30/03/2022, às 17h00
Uma nova pesquisa publicada no Journal of the American College of Cardiology mostrou que a falta de sono suficiente, combinada com o livre acesso a alimentos, aumenta o consumo calórico e, consequentemente, o acúmulo de gordura abdominal.
Os achados revelaram que não dormir levou a um crescimento de 9% na área total de gordura abdominal e de 11% na gordura visceral, que é depositada no interior do abdômen, ao redor dos órgãos, e está fortemente ligada a doenças cardíacas e metabólicas.
A falta de sono é, muitas vezes, uma escolha de comportamento, ou seja, provocada por um trabalho em turnos, dispositivos inteligentes ou redes sociais usadas durante o período em que uma pessoa deveria estar dormindo. Além disso, os indivíduos tendem a comer mais durante horas de vigília mais longas.
Assim, segundo os pesquisadores, o sono encurtado, mesmo em pessoas jovens, saudáveis e relativamente magras, está associado a um crescimento da ingestão calórica, um pequeno aumento do peso e um acréscimo significativo no acúmulo de gordura abdominal.
Para a pesquisa, 12 pessoas saudáveis que não eram obesas foram aleatoriamente designadas para o grupo controle (sono normal) ou grupo de sono restrito. Cada grupo teve acesso à livre escolha de alimentos durante todo o estudo.
Os pesquisadores monitoraram e mediram a ingestão de energia, gasto energético, peso corporal, composição do corpo, distribuição de gordura (incluindo a gordura visceral) e biomarcadores de apetite circulantes.
Confira:
Os primeiros quatro dias foram um período de adaptação. Durante esse momento, todos os participantes tiveram permissão para dormir nove horas na cama. Ao longo das duas semanas seguintes, o grupo de sono restrito teve quatro horas de sono e o grupo controle manteve-se com nove horas. Isso foi seguido por três dias e noites de recuperação com nove horas de cama para ambos os grupos.
Os participantes consumiram mais de 300 calorias extras por dia durante a restrição do sono, comendo aproximadamente 13% mais proteína e 17% mais gordura em comparação com o estágio de adaptação.
Esse aumento no consumo foi maior nos primeiros dias de privação do sono e, em seguida, diminuiu para os níveis iniciais durante o período de recuperação. O gasto energético permaneceu praticamente o mesmo durante todo o tempo.
Os pesquisadores explicaram que o acúmulo visceral de gordura só foi detectado pela tomografia computadorizada, especialmente porque o aumento do peso foi bastante modesto (apenas cerca de meio quilo). Assim, as medidas de peso, por si só, seriam falsamente reconfortantes em termos das consequências para a saúde do sono inadequado.
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