Redação Publicado em 26/03/2025, às 10h00
Floodlighting, também chamado de trauma dumping (despejo de traumas), em um primeiro encontro pode surgir de uma necessidade honesta de conexão, mas pode ter efeitos psicológicos prejudiciais em um relacionamento iniciante.
Mas o que é floodlighting? Em tradução literal, “iluminação com holofote”, é a nova tendência de namoro que transforma os primeiros encontros em sessões de terapia, em que um dos dois compartilha traumas pessoais em excesso e cria uma falsa intimidade. Mas cuidado, isso pode levar à manipulação emocional.
O mundo dos encontros está em constante evolução com novos termos e tendências que vem fazendo cada vez mais sucesso no TikTok entre a geração Z e redefinindo como as pessoas abordam os relacionamentos. Uma dessas tendências envolve usar as emoções na manga, às vezes de forma manipuladora. Entra em cena o "floodlighting", um fenômeno de namoro confuso no qual os indivíduos liberam uma torrente de emoções em um primeiro encontro, compartilhando demais dramas de relacionamentos passados ou traumas pessoais.
Floodlighting é jogar um balde de água fria em solteiros que buscam conexões genuínas. "Envolve compartilhar muitos detalhes pessoais de uma só vez, para testar o outro, acelerar a intimidade ou ver se a outra pessoa consegue 'lidar' com essas partes de você”, explicou Jessica Alderson, cofundadora do aplicativo de namoro So Synced em uma entrevista à revista Glamour.
Para alguns, essa sobrecarga emocional é uma tentativa genuína de vulnerabilidade, enquanto para outros, é um movimento calculado que surpreendentemente funciona. Essa tática, frequentemente usada por trapaceiros emocionais, envolve compartilhar detalhes pessoais em excesso para evocar empatia e criar uma falsa sensação de confiança desde o início. É uma tentativa rápida de intimidade, mas com intenções questionáveis.
Se você estiver lidando com um floodlighter, há alguns sinais de alerta para ficar de olho. Eles podem mergulhar em histórias profundamente pessoais imediatamente, compartilhando detalhes íntimos em excesso e mal deixando você dizer uma palavra. A conversa pode parecer unilateral, cheia de histórias tristes que criam um vínculo emocional instantâneo. Você também pode notá-los analisando de perto suas reações às revelações deles, avaliando se você está fisgado.
"A vulnerabilidade é a chave para um relacionamento forte, mas o momento certo é importante", diz Jessica. "Compartilhar demais cedo demais pode deixá-lo aberto à exploração por alguém que realmente não tem seus melhores interesses no coração", completa.
Floodlighting é apenas o mais recente em uma linha de táticas obscuras de namoro, juntando-se a golpes como "hoodfishing" (tendência de namoro em que as pessoas se fazem passar por residentes de uma determinada área, normalmente uma cidade grande, para atrair parceiros) e "throning" (namorar apenas pessoas que elevam seu status social). Embora possa parecer um compartilhamento excessivo inofensivo, pode criar uma dinâmica tóxica nos relacionamentos. Jessica alerta que o floodlighting geralmente leva a um desequilíbrio, onde um parceiro desempenha o papel de "frágil", enquanto o outro é empurrado para o papel de um cuidador emocional, quer tenha se inscrito para isso ou não.
Ser empurrado para o papel de um cuidador emocional pode ser exaustivo, deixando o parceiro desavisado se sentindo drenado e sobrecarregado. "Se alguém está fazendo floodlighting, isso pode fazer com que a pessoa que está recebendo se sinta sufocada", explica Jessica. "Lidar com revelações e emoções tão intensas em um curto período pode ser incrivelmente desgastante", finaliza.
O que começa como uma conexão profunda pode rapidamente se transformar em esgotamento emocional, dificultando a manutenção de um relacionamento saudável e equilibrado.
Fonte: Hindustan Times
