Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h41 - Atualizado às 23h54
A satisfação (ou a falta dela) com o trabalho entre os 20 e 30 anos de idade pode ter impacto direto na saúde de uma pessoa aos 40, revela um estudo feito nos Estados Unidos.
Segundo pesquisadores da Universidade do Estado de Ohio, embora o impacto também inclua aspectos físicos, é na saúde mental que a coisa pega mais. Quanto mais infeliz com o emprego e a carreira um adulto está por volta dos 28 anos, maior a probabilidade de vir a apresentar sintomas depressivos, preocupação excessiva e dificuldades para dormir dez ou doze anos depois.
Os autores, que apresentaram os dados no encontro anual da Associação Americana de Sociologia, afirmam que os efeitos do trabalho sobre o bem-estar físico e psicológico é cumulativo. Ou seja: quanto mais tempo de insatisfação a pessoa experimenta, maiores serão as consequências. E quanto mais cedo o indivíduo for capaz de melhorar suas condições, maiores as chances de atravessar os 40 com boa saúde mental.
O estudo contou com informações de mais de 6.400 norte-americanos de uma pesquisa nacional que teve início em 1979, quando os participantes tinham de 14 a 22 anos. Eles tinham que dar notas de 1 a 4 ao dizer o quanto estavam satisfeitos com o trabalho, e também dizer se os níveis foram sempre baixos, sempre altos, ou mudaram ao longo do tempo.
Cerca de 45% dos participantes apresentaram notas baixas consistentemente, enquanto só 15% deram notas altas ao longo da carreira. Além de reportar mais depressão e problemas de sono, os insatisfeitos também foram mais propensos a reclamar de problemas como dores nas costas e dores de cabeça. Já as taxas de diabetes e câncer foram mais ou menos semelhantes nos dois grupos.
Os participantes foram reavaliados somente aos 40 anos. Os autores observam que a depressão e o sono ruim também podem deflagrar doenças físicas, com o passar do tempo. Por isso, quem planeja ter uma velhice saudável deve refletir sobre a carreira e fazer algo por ela o quanto antes.