Achados sugerem que tratar as dificuldades com o sono pode ajudar a prevenir a doença
Redação Publicado em 07/04/2022, às 17h00
A insônia é caracterizada pela insatisfação com o sono, seja em qualidade, seja em quantidade, podendo causar dificuldade em adormecer, em permanecer dormindo ou despertar precoce.
Uma nova pesquisa, liderada pela Universidade de Bristol (Reino Unido), revelou que pessoas que sofrem com dificuldades para dormir apresentam níveis de açúcar mais altos no sangue. Os achados sugerem que a insônia pode aumentar o risco de diabetes tipo 2, sendo a mudança do estilo de vida e os tratamentos farmacológicos as principais formas de prevenção ou de tratamento.
Para o estudo, os pesquisadores observaram como cinco medidas de sono (insônia, duração do sono, sonolência diurna, cochilo e preferência pela manhã ou noite) estavam relacionadas aos níveis médios de açúcar no sangue.
O uso de uma metodologia que agrupa pessoas de acordo com um código genético atribuído aleatoriamente ao nascimento permitiu que os pesquisadores removessem qualquer viés dos resultados.
A análise, que contou com a participação de mais de 36.000 adultos residentes no Reino Unido, mostrou que as pessoas que relataram ter dificuldade para dormir ou permanecer dormindo apresentaram níveis mais altos de açúcar no sangue do que aquelas que disseram que nunca, raramente ou às vezes enfrentaram essas dificuldades.
Confira:
Para os pesquisadores, os achados podem melhorar a compreensão sobre como a perturbação do sono influencia o risco de diabetes tipo 2. Segundo os autores, um tratamento eficaz de insônia poderia resultar em mais redução de glicose do que uma intervenção equivalente. Isso significa que cerca de 27.300 adultos britânicos com sintomas frequentes de insônia estariam livres da diabetes se essa condição fosse tratada.
As descobertas trazem informações importantes sobre como o sono insuficiente pode causar um aumento dos níveis de açúcares no sangue e desempenhar um papel direto no desenvolvimento do diabetes tipo 2. Saber disso pode abrir novas abordagens para ajudar a prevenir ou a gerenciar a condição.
No entanto, é importante lembrar que o diabetes tipo 2 é uma doença complexa, com múltiplos fatores de risco. Comer uma dieta saudável e equilibrada, ser ativo, além de dormir o suficiente, são componentes essenciais de boa saúde, especialmente para aqueles em risco ou vivendo com a condição.
Atualmente, existem diversos tratamentos para insônia, entre eles a terapia cognitiva comportamental (TCC), uso a curto prazo de comprimidos para dormir ou de um hormônio chamado melatonina.
Segundo os pesquisadores, estudos futuros são necessários para avaliar o impacto dos tratamentos contra a insônia nos níveis de glicose em pessoas com e sem diabetes para estabelecer novos tratamentos potenciais para a prevenção e tratamento da doença.
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