Redação Publicado em 10/08/2021, às 14h00
Uma das reclamações mais frequentes das mães é a dificuldade de dormir quando ganham os recém-nascidos. No entanto, uma pesquisa da UCLA (Universidade da Califórnia), em Los Angeles, mostrou que essa falta de sono pode realmente afetá-las, causando até um envelhecimento mais rápido.
Para chegar a essa conclusão, os cientistas estudaram 33 mães durante a gravidez e o primeiro ano de vida de seus bebês, analisando o DNA das mulheres em amostras de sangue para determinar sua “idade biológica”, que pode diferir da idade cronológica. Eles descobriram que um ano após o parto, a idade biológica das mães que dormiam menos de sete horas por noite na marca dos seis meses [dos bebês] era de três a sete anos mais velha do que aquelas que dormiam sete horas ou mais.
As mães que dormiam menos de sete horas também tinham telômeros mais curtos nas células brancas do sangue. Esses pequenos pedaços de DNA nas extremidades dos cromossomos agem como capas protetoras, como as pontas de plástico nas extremidades dos cadarços. Telômeros encurtados têm sido associados a um maior risco de câncer, doenças cardiovasculares e outras, além de morte precoce.
“Os primeiros meses de privação de sono pós-parto podem ter um efeito duradouro na saúde física”, disse a primeira autora do estudo, Judith Carroll. “Sabemos por um grande número de pesquisas que dormir menos de sete horas por noite é prejudicial à saúde e aumenta o risco de doenças relacionadas à idade.”
“Descobrimos que, com cada hora de sono adicional, a idade biológica da mãe se tornava mais jovem”, disse Carroll. “Eu e muitos outros cientistas consideramos a saúde do sono tão vital para a saúde geral quanto a dieta e os exercícios.”
Carroll incentivou as novas mães a aproveitarem as oportunidades para dormir um pouco mais, como cochilar durante o dia, quando o bebê está dormindo, aceitar ofertas de colaboração da família e amigos e, quando possível, pedir ao parceiro para ajudar com o bebê durante a noite ou de manhã cedo. “Cuidar de suas necessidades de sono vai ajudar você e seu bebê a longo prazo”, disse ela.
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A co-autora Christine Dunkel Schetter, disse que os resultados do estudo “e outras descobertas sobre a saúde mental materna pós-parto fornecem um impulso para apoiar melhor as mães de bebês pequenos, a fim de que possam dormir o suficiente, possivelmente por meio de licença parental para que ambos os pais possam suportar parte do fardo dos cuidados e através de programas para famílias e pais”.
Dunkel Schetter acrescentou que, embora o envelhecimento biológico acelerado associado à perda de sono possa aumentar os riscos à saúde das mulheres, ele não causa automaticamente danos a seus corpos. “Não queremos que a mensagem seja que as mães fiquem permanentemente prejudicadas pelos cuidados com o bebê e pela perda de sono”, enfatizou ela. “Não sabemos se esses efeitos são de longa duração.”
No entanto, é importante observar que o recorte do estudo – que incluiu mulheres com idades entre 23 e 45 anos, seis meses após o parto – não é uma grande amostra representativa de mulheres e mais estudos são necessários para entender melhor o impacto a longo prazo da perda de sono em novas mães, quais outros fatores podem contribuir para a perda de sono, e se os efeitos do envelhecimento biológico são permanentes ou reversíveis.
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