Maioria dos jovens quis pedir ajuda na quarentena, mostra enquete da Unicef no Brasil

Uma pesquisa com 4.000 adolescentes mostra que 75% sentiram necessidade de pedir ajuda em relação ao bem-estar físico e mental durante a quarentena.

Jairo Bouer Publicado em 29/09/2020, às 20h49 - Atualizado às 20h58

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Uma pesquisa com 4.000 adolescentes mostra que 75% sentiram necessidade de pedir ajuda em relação ao bem-estar físico e mental durante a quarentena. Entretanto, 41% não recorreram a ninguém. As informações são de uma enquete feita com jovens brasileiros pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), para marcar o suicídio.

A maior parte dos entrevistados tinha entre 15 e 19 anos de idade, e foi abordada nas redes sociais pela plataforma U-Report entre os dias 18 e 23 de setembro.

Os resultados também revelam que 36% dos que pediram ajuda buscaram principalmente amigas(os) e/ou namorada(o). Outros chegaram a recorrer à família, a psicólogos ou psiquiatras, e a professores.

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Faltam canais de ajuda

“A enquete reforça a demanda dos adolescentes por um canal de ajuda de saúde mental, onde se sintam à vontade para dizer o que sentem e recebam apoio”, aponta Gabriela Mora, oficial do Programa de Cidadania dos Adolescentes do Unicef no Brasil.

Entre os impactos da pandemia da Covid-19 na saúde mental de adolescentes, destacam-se, ainda:

46% dos respondentes estão mais pessimistas do que antes da pandemia

80% dizem ter sentimentos negativos nos últimos dias (como depressão, ansiedade, nervosismo, preocupação ou tédio)

– apenas 14% afirmaram estar bem-humoradas(os).

– o sono foi afetado de diferentes formas: 35% dormiram menos e 34% dormiram mais

Como foi feita a enquete

As enquetes do U-Report são realizadas via internet, utilizando WhatsApp, SMS e Messenger do Facebook, em parceria com a Viração Educomunicação. Não se trata de pesquisas com o rigor metodológico, e sim de consultas rápidas.

Os participantes da enquete receberam informações sobre canais de ajuda para acolhimento psicológico, como o Centro de Valorização da Vida (CVV), que promove apoio emocional por meio de telefone, e-mail ou chat; o Mapa da Saúde Mental, que reúne serviços públicos e gratuitos de saúde mental disponíveis na região durante a pandemia; e o Espaço de Escuta e Apoio Online, para receber atendimento por psicólogos online.

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