Dietas malucas e overtraining podem trazer consequências de longo prazo
Tatiana Pronin Publicado em 12/11/2023, às 10h00
Todo fim de ano é a mesma coisa: as academias e os parques ficam lotados, com gente tentando perder gordura ou ganhar músculos a qualquer custo.
O problema é que boa forma se conquista com muito tempo. Veja algumas consequências de se exagerar nos treinos ou nas dietas de emagrecimento sem acompanhamento adequado:
Esse é um dos efeitos colaterais mais comuns de quem treina de forma excessiva, ou sem orientação adequada. Uma lesão pode ser causada por esforço excessivo, bem como por traumas, fadiga, alongamento demais, falta de aquecimento ou até desidratação.
Segundo o ortopedista Marcos Cortelazo, especialista em joelho e traumatologia esportiva, a dor muscular e o estiramento são os tipos de lesões mais comuns.
“A dor muscular é mais frequente em atividades de esforços repetitivos e de força como a musculação e o Crossfit; já lesão, lacerações ou estiramentos vemos com mais frequência em atividades com futebol, vôlei e basquete, corrida, entre outros”, explica o médico.
Os exageros no treino somados à falta de descanso compõem um quadro conhecido como “overtraining”, que pode trazer mais do que dores e cansaço.
“O overtraining leva à liberação exagerada de cortisol, que favorece a lesão muscular e fadiga muscular intensa”, diz a endocrinologista Deborah Beranger, pós-graduada pela Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro. Os sintomas incluem perda de rendimento, insônia, dificuldade de ter uma boa noite de descanso, dores de cabeça, perda de apetite e alterações no humor, entre outros.
Outro risco enfrentado por quem adota dietas malucas com o intuito de perder peso rápido são os transtornos alimentares, como é o caso da ortorexia, vigorexia, bulimia, compulsão alimentar periódica e anorexia.
“Essas dietas restritivas podem provocar sérios desequilíbrios no organismo, que vão desde os hormônios responsáveis pela regulação do balanço energético, associados a desordens emocionais e descontrole na ingestão alimentar”, diz a médica nutróloga Marcella Garcez, diretora da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran). Quando isso acontece de forma intensa e frequente, os transtornos alimentares aparecem.
“A reeducação alimentar é um passo importante para perda de peso e para o ganho de músculos, pois leva os indivíduos a mudarem hábitos e mantê-los ao longo da vida, baseadas na individualidade bioquímica, cultural e emocional de cada um”, recomenda Marcella.
Para evitar o overtraining, é importante que a prática seja orientada por um profissional, de forma que haja um fortalecimento muscular adequado à atividade, bem como respeito aos dias de descanso, hidratação e nutrição.
Overtraining só afeta atletas de alta performance?
Fuja da restrição alimentar: ela é um caminho perigoso na dieta
Os riscos das dietas da moda: conheça os perigos do jejum prolongado
Projeto Verão: não caia em ciladas