Redação Publicado em 21/07/2022, às 14h30
A paralisia do sono é um distúrbio caracterizado pela sensação de retomada da consciência após acordar, mas que impede que a pessoa se movimente, como se houvesse perda da força muscular e do controle dos movimentos.
Segundo Laura Castro, especialista no sono, psicóloga e sócia fundadora da Vigilantes do Sono, a condição envolve uma incapacidade de realizar movimentos voluntários, falar ou movimentar membros (como tronco ou a cabeça), tanto no início como ao despertar do sono. Além disso, pode estar associada a experiências alucinatórias sem que o indivíduo saiba ao certo se aquilo é sonho ou realidade.
Integrante da classe das parassonias do sono REM – que reúne todos os distúrbios que provocam alguma alteração comportamental ou física relacionada ao sono, como o sonambulismo ou terror noturno –, a paralisia costuma se manifestar quando há privação ou irregularidades no padrão de sono.
O diagnóstico da paralisia do sono é feito através de relatos dos pacientes. De acordo com a especialista, a maioria dos casos é benigna e são raros aqueles que envolvem algum tipo de complicação. Entretanto, é fundamental recorrer ao tratamento para evitar que a condição prejudique a qualidade de vida, o bem-estar e a saúde.
Em geral, o tratamento recorre a orientações comportamentais (psicoterapia) e à adesão de hábitos de higiene do sono. A Terapia Cognitiva Comportamental para Insônia (TCC-I) pode ser uma boa alternativa quando a paralisia está diretamente ligada à dificuldade de começar ou de se manter dormindo.
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Quando se está no momento de um episódio de paralisia do sono, que pode ser agoniante, fazer exercícios de respiração pode ajudar, mantendo em mente que esse é um fenômeno benigno e para o qual há uma explicação fisiológica, ainda que não saibamos exatamente por que ele ocorre em algumas pessoas e em outras não”, enfatiza Laura.
Para a especialista, manter a calma é essencial, já que há a tendência de as pessoas relacionarem a paralisia com razões sobrenaturais ou místicas, o que pode trazer ainda mais medo e aumentar a sensação de desespero e de angústia.
Laura explica ainda que a paralisia acontece quando o cérebro desperta de um episódio de sono REM antes que a força muscular tenha voltado. Durante essa fase do sono, espera-se a perda completa da nossa força muscular para não sairmos “atuando” nossos sonhos por aí.
Assim, quando uma pessoa fica dias sem dormir o mínimo necessário, a chance disso acontecer é maior por existir um descompasso entre a atividade nervosa central (cerebral) e a periférica. Por isso a sensação de estar preso dentro do corpo sem conseguir se mexer.
Em geral, hábitos saudáveis costumam ajudar na manutenção do sono de qualidade, que é uma maneira eficaz de evitar a paralisia do sono. Laura comenta que evitar fatores que possam precipitar os eventos é importante para quem sofre por paralisia do sono:
Se houver o consumo de substâncias (álcool, drogas, bebidas estimulantes, medicamentos com ação psicotrópica, entre outros), privação de sono ou irregularidades nos horários de dormir e acordar, esses são os primeiros fatores a serem observados e cuidados. Respeitar o próprio ritmo e a necessidade de sono é fundamental”.
Além disso, quadros psiquiátricos também se associam a uma exacerbação da experiência ruim ligada à paralisia do sono. Dessa forma, caso os episódios se tornem muito frequentes, vale buscar uma investigação com profissional especializado.
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