Cármen Guaresemin Publicado em 11/04/2022, às 14h00
No próximo domingo, 17 de abril, vamos celebrar a Páscoa deste ano. Este é um dos feriados mais festejados pelos brasileiros, com direito a muita comilança, com predileção pela bacalhoada e, claro, pelo protagonista da celebração, o chocolate. Embora possa até ser saudável para humanos, na versão amarga, essa delícia é um verdadeiro veneno para os animais de estimação.
A teobromina, substância presente no cacau (em maior concentração nos chocolates do tipo amargo e de preparo culinário), não é metabolizada pelo fígado dos cães e gatos. Ela pode causar intoxicação quando consumida, mesmo em pequenas quantidades, acarretando vômito, diarreia, agitação, arritmia cardíaca, espasmos musculares e convulsões, podendo levar à morte.
Geralmente, os sintomas de intoxicação ocorrem cerca de 6 a 15 horas após o consumo de qualquer tipo de chocolate ou receitas com este ingrediente. A teobromina é lentamente eliminada do organismo e possui um efeito cumulativo, o que significa que ingestões repetidas em quantidades menores (não tóxicas) ainda podem causar a intoxicação.
Porém, os sintomas dependerão da porcentagem de cacau contida no chocolate e da quantidade ingerida. Eles geralmente iniciam de forma leve e vão intensificando no decorrer do tempo de exposição, podendo causar pancreatite, convulsões, comprometimento neurológico e até levar à morte em decorrência das alterações cardíacas, insuficiência respiratória e hipertermia.
Os chocolates mais escuros e amargos, que contêm maior percentual de cacau, são os mais tóxicos para os animais. No entanto, as versões ao leite e branco também fazem mal e não devem ser oferecidos aos pets de forma alguma. Apesar dos casos letais serem raros, existe alta incidência de indisposições gastrointestinais, especialmente em animais pequenos e jovens, devido à quantidade de toxina em relação ao peso do animal. Além do risco de intoxicação e do mal-estar, o chocolate pode gerar outros males ao organismo do animal, como a obesidade e suas complicações.
Caso o cão ou gato tenha ingerido chocolate, a primeira coisa a ser feita é procurar orientação veterinária rapidamente. E, caso o tutor saiba, é recomendado informar ao profissional a quantidade e o tipo de chocolate ingerido, para que possam ser definidos os protocolos para o tratamento, que é baseado em cada caso, de acordo com os sintomas apresentados pelo animal.
Geralmente, eles precisam passar por uma lavagem gástrica para reduzir a exposição e a absorção das substâncias e receber medicações para proteção gástrica e hepática. Se o pet comeu uma grande quantidade de chocolate, em um período recente, é provável que o médico-veterinário o induza ao vômito. Mas tudo vai depender do quadro do animal no momento do atendimento.
Na maioria das vezes, o animal precisa tomar medicações para o fígado e estômago por algum tempo e, nesses casos, é possível manipular em formas farmacêuticas e sabores de preferência do pet para facilitar o tratamento.
Não se deve fornecer leite de vaca para cães e gatos. Sim, eles são mamíferos, entretanto existem diferenças nas composições do leite de vaca para o das cadelas e gatas. Cada sistema digestório é adaptado para consumir seu leite correspondente e, uma vez que são desmamados, o organismo dos pets passa a produzir pequenas quantidades da lactase, sendo insuficiente para quebrar toda a quantidade da lactose presente no leite de vaca. Entre os malefícios causado estão gases, diarreia, desnutrição e, em casos extremos, também podem levar a óbito.
Prevenir é a palavra de ordem, então é importante ficar atento e não deixar ovos e bombons em locais acessíveis a cães e gatos. Eles podem se sentir atraídos pelo cheiro, pela embalagem e “roubar” sem que os tutores percebam. Além disso, é fundamental orientar as crianças para que não dividam o ovo de Páscoa com o animal de estimação. Para agradar os pets, o recomendado é fornecer petiscos apropriados e nutricionalmente balanceados, feitos especialmente para eles.
Atualmente, existem no mercado produtos industrializados personalizados para os pets e até papinhas de ração para os filhotes. Nesse sentido, para presentear os animais de estimação na Páscoa ou no período do inverno, uma opção saudável e segura pode ser manipular biscoitos, pastas ou caldas medicamentosos (como placebo, sem medicamento na fórmula), no sabor chocolate ou de queijo Petit Suisse morango, opções da DrogaVet. No entanto, o tutor deve levar em consideração o tipo de dieta do animal e a orientação do médico-veterinário, evitando excessos.
Tutores podem manipular os medicamentos dos pets não só como biscoitos, pastas e caldas, mas também como filme oral, molhos, xaropes e suspensões, e é possível fazer diferentes combinações, mesclando, por exemplo: morango com leite condensado, banana com doce de leite (banoffee), chocolate com cereja (floresta negra), frutas vermelhas com doce de leite, entre outras que a criatividade permitir.
Fontes: DrogaVet, Premierpet, Royal Canin
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