Redação Publicado em 19/12/2021, às 09h00
Um em cada dez brasileiros sofre ou ainda vai sofrer com cálculos renais, as famosas “pedras nos rins”, e o verão é a época mais propícia para o problema. Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia, a incidência aumenta cerca de 30% entre dezembro e março. É que o calor e a transpiração aumentam, e nem todo mundo compensa com o nível de hidratação adequado.
A condição é mais frequente em homens, embora também ocorra em mulheres. Algumas famílias têm uma predisposição maior à formação de cálculos, que se deve a um desequilíbrio entre substâncias que favorecem ou inibem a agregação de minerais na urina.
Para quem já teve pedra no rim, a taxa de rescidiva é de 50%. Por isso é comum a realização de exames para determinar o tipo de formação e evitar os fatores de risco, a fim de evitar uma nova ocorrência. Existem cálculos de cálcio (oxalato ou fosfato de cálcio), de ácido úrico, de cistina ou de estruvita.
A maioria das pessoas relata uma dor intensa, que costuma vir em ondas. Mas também existem casos em que os cálculos são minúsculos e passam despercebidos. Veja os principais sintomas:
- Dor que costuma começar nas costas e irradia para o abdômen, em direção à virilha
- Náusea ou vômito
- Sudorese
- Urina turva ou com cheiro forte
- Dificuldade para urinar, apesar da vontade mais frequente
- Sangue na urina
- Febre e calafrios também podem surgir
Confira:
Além da história famíliar, algumas condições ou uso de certos medicamentos podem aumentar o risco de uma pessoa ter pedras nos rins. De qualquer forma, boa parte da prevenção tem a ver com hábitos saudáveis. Veja, a seguir, alguns deles:
Tomar oito ou dez copos de água ao longo do dia pode ser uma boa meta, mas a quantidade ideal varia muito de acordo com a idade, o nível de atividade, a alimentação e o clima. A sugestão dos médicos é ficar de olho na urina, que deve ser transparente. Se estiver com uma coloração forte, é preciso aumentar a ingestão de líquidos. Existem aplicativos para celular que podem ajudar nisso. E lembre-se que tomar uma quantidade muito grande de água em pouco tempo também é perigoso.
Sucos naturais e água de coco podem entrar na contabilidade dos líquidos, e especialistas ressaltam que sucos cítricos, como a limonada, podem proteger o corpo da formação de cálculos. Mas cafés, chás, bebidas alcoólicas e refrigerantes (especialmente os de cola) podem favorecer o problema. Vale acrescentar que álcool e cafeína são diuréticos, ou seja, causam uma certa desidratação, o que não é bom.
Isso inclui não apenas o sal de mesa, mas também alimentos ricos em sódio, como embutidos, congelados, molhos prontos, carne de sol, salgadinhos e outros produtos industrializados. Estudos indicam que a dieta Dash, voltada para pessoas com hipertensão, também é útil para reduzir o risco de pedras nos rins.
O consumo excessivo de carne, especialmente miúdos, e também de frutos do mar podem elevar o nível de ácido úrico, que favorece um tipo específico de cálculo renal. Vale lembrar que outros tipos de pedras podem demandar recomendações específicas, por isso não faça nenhuma mudança radical na dieta sem orientação de um profissional de saúde.
Pessoas sedentárias e com obesidade também são mais propensas a ter pedras nos rins, por isso ter alimentação balanceada e praticar atividade física regularmente podem ser consideradas medidas de prevenção.
Boa parte dos cálculos renais é composta por cálcio, mas nem por isso você deve tirar alimentos ricos nesse mineral do cardápio. A recomendação usual, de duas a três porções de laticínios ao dia, por exemplo, pode ser mantida. O que não se deve é cometer exageros, nem para mais, nem para menos – a ausência do cálcio na dieta também aumenta o risco de rescidivas para quem já teve esse tipo de cálculo.
O uso de suplementos alimentares deve ser sempre feito com orientação médica, já que certas vitaminas em excesso, como D ou C, podem levar ao aumento do cálcio ou à formação de cristais na urina. O uso indiscriminado de certos antiácidos ou diuréticos também pode ser prejudicial, por isso a regra geral é evitar a automedicação.
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