Com a pandemia, é preciso desenvolver a resiliência e entender as dificuldades como fases
Redação Publicado em 30/04/2021, às 20h36
Discutir felicidade é algo essencial, especialmente em tempos de pandemia. Desde o último ano, a vida de todo mundo virou de ponta cabeça, e não é fácil ficar bem quando o coletivo não está bem. Mas essa busca constante deve se manter, até porque ser feliz não é algo que depende somente de acontecimentos.
"Eu costumo falar sempre que a felicidade, mais do que um fim em si mesmo, é um processo. Não adianta esperar ela chegar", comentou Jairo Bouer no XIII Encontro pela Felicidade e Saúde Mundial, realizado semana passada. Não dá para condicioná-la a algo, esperar que vá cair do céu ou que virá quando a pandemia acabar. "O desafio é, nesse processo difícil que estamos passando, como a gente lida com a gente mesmo ou com o outro."
Do ponto de vista da saúde, a felicidade é uma questão central, um marcador importante da qualidade de vida e da longevidade. "Por isso é muito importante que a gente procure estar bem, encontre um caminho que facilite essa jornada. Isso tem impacto na saúde física, na saúde mental e emocional", justificou o psiquiatra.
Como a gente constrói esse caminho, em vez de ficar na expectativa de que um dia vai acontecer? Não tem receita de bolo. Mas alguns passos podem facilitar essa jornada.
A primeira recomendação é entender que as pessoas oscilam, têm altos e baixos, e por isso devemos ter uma tolerância maior conosco e com os outros.
Outro detalhe importante é que ter saúde mental vai muito além de não ter um transtorno mental. A resiliência (reagir a um impacto de forma menos danosa para gente) é uma qualidade que se constrói também.
É preciso tentar valorizar o que está funcionando bem, comemorar o que deu certo e dar o devido peso ao que não deu, aconselhou Jairo, fazendo o possível para aprender com os erros, em vez de remoer os fracassos.
Outra coisa primordial é enxergar a vida de uma maneira mais positiva, e tentar ter um pouco de bom humor, trazer leveza para o cotidiano. Não é fácil quando há insegurança, fome, desemprego etc. Mas é preciso desenvolver a capacidade de enxergar as dificuldades como etapas ou fases.
"É impossível ser feliz o tempo inteiro, mas acho que temos que perceber que a busca é importante, e que é uma construção", concluiu, lembrando que a felicidade também não é absoluta.
Da mesma forma que saúde mental não é a ausência de dor, mas saber lidar com a dor, a felicidade segue a mesma lógica. Não se pode ignorar as dificuldades, mas pedir ajuda, buscar meios para enfrentá-las e saber que são passageiras.
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