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Insegurança alimentar aumenta chances de diabetes, diz estudo

Segundo o IBGE, 25,3 milhões de lares brasileiros convivem com a insegurança alimentar - iStock
Segundo o IBGE, 25,3 milhões de lares brasileiros convivem com a insegurança alimentar - iStock

Redação Publicado em 09/05/2022, às 14h30

Adultos jovens que viviam em risco de insegurança alimentar apresentaram aumento da incidência de diabetes dez anos depois, aponta um novo estudo da Universidade Estadual de Washington (Estados Unidos). 

Apesar de pesquisas anteriores associarem a insegurança alimentar a uma série de problemas de saúde, incluindo diabetes, obesidade e hipertensão, a análise mostrou uma conexão ao longo do tempo, sugerindo uma relação causal.

Publicada no Journal of Nutrition, a pesquisa analisou dados de quase 4.000 jovens adultos estadunidenses. Os resultados mostraram que os participantes de 24 a 32 anos que disseram estarem preocupados com a falta de comida no último ano mostraram maior incidência de diabetes dez anos depois – quando tinham entre 32 e 42 anos –, seja por meio de testes de glicose no sangue ou de autorrelatos. 

Segundo os pesquisadores, ao olhar para os dados após uma década, foi possível observar essa separação na prevalência de diabetes: aqueles que experimentaram risco de insegurança alimentar na idade adulta jovem eram  mais propensos a terem diabetes na idade adulta média

O que é insegurança alimentar?

Segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) o termo “insegurança alimentar” é utilizado para caracterizar um fenômeno que acontece quando uma pessoa não tem acesso econômico, social e físico a alimentos em quantidades suficientes para atender às suas necessidades. São indivíduos que precisam se preocupar em não terem o que comer e que correm risco de passar fome.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2017/2018 mostram que, dos 68,9 milhões de domicílios no Brasil, 36,7% – aproximadamente 25,3 milhões de casas –, apresentavam algum grau de insegurança alimentar: leve (24%, ou 16,4 milhões), moderada (8,1%, ou 5,6 milhões) ou grave (4,6%, ou 3,1 milhões).

Qual a explicação para isso?

Os pesquisadores explicam que, embora o estudo não tenha identificado a razão exata dessa conexão, estudos anteriores mostraram que as famílias que convivem com a insegurança alimentar, geralmente, têm dietas com valores nutricionais mais baixos.

Confira:

Ou seja, comer de acordo com as diretrizes alimentares tende a custar mais dinheiro e tempo, já que nem sempre esta alimentação é acessível às famílias que têm limitações.

Ainda segundo a equipe, as pessoas que sofrem de insegurança alimentar também podem ser pegas em um ciclo de reforço negativo: quando a insegurança alimentar está associada a uma dieta que contribui para o risco de doenças – ou seja, com alimentos nada saudáveis e de baixo valor nutricional –, criam-se gastos adicionais com cuidados de saúde, demandando dos recursos econômicos das famílias e aprofundando a insegurança alimentar.

Quais são os sintomas do diabetes?

Além de nem sempre presentes no início, os sintomas do diabetes podem, muitas vezes, serem confundidos com outras condições. Por isso é importante conhecê-los. 

Os sintomas mais comuns do diabetes (principalmente o tipo 1) são:

  • Sede excessiva (polidipsia)
  • Aumento da frequência urinária, principalmente à noite (poliúria)
  • Aumento do apetite (polifagia)

Veja outras manifestações possíveis:

  • Perda de peso sem razão aparente: a pessoa emagrece apesar de estar se alimentando bem e pode até perder músculo, já que as células deixam de receber a quantidade adequada de glicose;
  • Sangramentos na gengiva: periodontite (ou doença gengival) pode ser um sinal precoce de diabetes tipo 2;
  • Sensações estranhas nos pés ou nas mãos: parte das pessoas já apresenta algum tipo de dano nos nervos ao receber o diagnóstico. Isso pode se manifestar como formigamentos ou perda de sensibilidade;
  • Feridas que não melhoram: o excesso de açúcar no sangue interfere na cicatrização. Se a pessoa estiver com a sensibilidade alterada, um machucado no pé pode virar uma grave infecção;
  • Visão embaçada: o excesso de glicose no sangue causa um inchaço do cristalino (lente do olho), o que faz mudar a sua forma e flexibilidade, diminuindo a capacidade de foco;
  • Cansaço sem razão aparente: as células do corpo não recebem a quantidade adequada de glicose, por isso há falta de energia;
  • Infecções de repetição: o diabetes não diagnosticado ou tratado pode levar a infecções frequentes na bexiga (cistite), nos rins (pielonefrite) ou na pele;
  • Manchas escuras: chamadas de acantose nigricante, podem aparecer em dobras de pele, como no pescoço ou na nuca, e sinalizam resistência à insulina.

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