A maioria das pessoas utiliza os dois termos para se referir a pessoas sem empatia
Redação Publicado em 12/02/2023, às 10h00
A maioria das pessoas usa os termos "sociopata" ou "psicopata" para se referir a alguém que se comporta de maneira estranha e não tem qualquer empatia, ou seja, não consegue se colocar no lugar do outro. Mas, a rigor, existem diferenças entre ambos.
A sociopatia também pode ser chamada de transtorno de personalidade antissocial (TPAS). As pessoas que têm esse transtorno tendem a ter dificuldades de relacionamento, podem ser mentirosas, impulsivas e agressivas, entre outras características. Os sociopatas podem abusar de animais ou até causar incêndios, por exemplo, ainda que tenham um certo grau de empatia.
O transtorno de personalidade antissocial começa cedo na vida, geralmente aos 8 anos, de acordo com um estudo de 2015 publicado no Canadian Journal of Psychiatry. A origem do transtorno é desconhecida, mas há fatores de risco conhecidos, como a genética e abuso infantil. Ocorre em 2% a 4% dos homens e em 0,5% a 1% das mulheres. Pode ser crônico e vitalício para a maioria das pessoas. No entanto, o distúrbio pode melhorar com a idade.
Embora psicopatas também tenham transtorno de personalidade antissocial, o termo "psicopatia" é mais usado para designar casos mais graves. Os psicopatas são responsáveis por uma proporção significativa dos crimes cometidos, e há grande probabilidade de reincidência após cumprimento de prisão. Segundo pesquisas, um ano após a liberdade, os psicopatas são cerca de três vezes mais propensos a cometer outro crime do que os não psicopatas, e quatro vezes mais propensos a cometer um crime violento.
A psicopatia é uma desordem neuropsiquiátrica mais comum do que se imagina, segundo os estudiosos, e ocorre em todos os níveis socioeconômicos, e em todas as raças, gêneros e culturas, podendo envolver de executivos de alto desempenho a presidiários.
Anormalidades no cérebro já foram associadas à psicopatia, de acordo com a Associação Americana de Psicologia. Estudos sugerem que a amígdala – uma importante estrutura de processamento de emoções no cérebro – é menor em psicopatas do que em indivíduos com desenvolvimento típico, e possui deformidades. Mas ainda são necessárias muitas pesquisas até que se possa determinar um exame capaz de identificar um psicopata de antemão.
Também pode haver um componente genético para a psicopatia. Um estudo do American Journal of Psychiatry acompanhou 561 crianças durante a primeira infância. As crianças cujas mães biológicas relataram uma história maior de comportamento antissocial grave eram muito mais propensas a apresentar comportamentos de psicopatia do que aquelas cujas mães biológicas não o apresentavam.
Então qual é a diferença entre sociopatas e psicopatas? Segundo especialistas, o primeiro é muito mais fácil de ser identificado. Você percebe que há algo de errado no sociopata porque ele pode "explodir" em determinada situação, ou passa a vida com dificuldade para se manter numa escola ou emprego, por exemplo. Pessoas com psicopatia, no entanto, podem nunca ser descobertas. Elas tendem a ser bem-sucedidas, inteligentes e sedutoras, o que as torna ainda mais perigosas.
Psicopatas são pessoas extremamente manipuladoras e sabem como ganhar a confiança dos outros. Mas quando se lida com alguém com sociopatia, é mais provável que a pessoa não seja tão calculista ou sagaz o suficiente para cobrir os rastros de seus atos. Portanto, se você convive com um psicopata, é possível que ainda não saiba disso.
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