Sono irregular é associado ao risco de diabetes tipo 2

Variações no tempo de sono podem alterar o metabolismo do açúcar, segundo estudo

Redação Publicado em 22/07/2024, às 18h00

Vários estudos já associaram a relação entre diabetes tipo 2 e problemas de sono - iStock

Pesquisadores descobriram que indivíduos com maior variabilidade no tempo de sono têm 59% mais probabilidade de desenvolver diabetes tipo 2 em um período de 7,5 anos do que aqueles com um padrão de sono mais consistente.

Os resultados foram publicados no periódico Diabetes Care.

Dados de mais de 84 mil pessoas

Para investigar a ligação entre sono irregular e risco de diabetes, pesquisadores britânicos e norte-americanos usaram dados do UK Biobank, obtendo permissão para utilizar os dados de 84.421 participantes.

Os dados de sono estavam disponíveis porque os participantes foram convidados a usar um acelerômetro, um dispositivo que captura os níveis de atividade, semelhante a um relógio fitness, por sete dias.

Os participantes tinham uma idade média de 62 anos e os pesquisadores também utilizaram dados genéticos armazenados no Biobank para calcular escores de risco poligênico para diabetes, utilizando variantes genéticas conhecidas para a condição.

Variações de meia hora ou mais

Os pesquisadores descobriram que participantes cujo tempo de sono variava entre 31 e 45 minutos em relação à média tinham um risco aumentado de 15% de diabetes em comparação com aqueles cuja variação na duração do sono era de 30 minutos ou menos.

Aqueles com maior variabilidade, com uma variação na duração do sono de 91 minutos ou mais, tinham um risco aumentado de 59%, após ajuste para idade, sexo e raça.

Os pesquisadores também analisaram diferenças na duração do sono acima e abaixo de 60 minutos e encontraram um risco aumentado de 34% para aqueles que tinham uma diferença de mais de 60 minutos, mas isso diminuiu para 11% quando os dados foram ajustados para estilo de vida, comorbidades, fatores ambientais e adiposidade.

Relação entre sono e metabolismo

A amostra era 97% branca e mais de 45% tinham um diploma universitário, o que sugere que mais estudos devem ser feitos em uma população mais diversa. Além disso, é preciso investigar melhor os mecanismos que fazem essas variações de sono interferirem no metabolismo.

Com base em estudos anteriores, os autores acreditam que ter um ciclo circadiano instável pode interferir no metabolismo da glicose e levar à redução da sensibilidade à insulina.

Manter rotinas saudáveis – o que inclui sono consistente, mas também atividade física regular e refeições saudáveis e equilibradas – contribui para a saúde geral e provavelmente para a prevenção do diabetes tipo 2.

 

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