Aulas de tai chi chuan podem melhorar consideravelmente a memória de pessoas na faixa dos 70 anos de idade, segundo um artigo publicado no Annals of Internal Medicine. E o benefício pode ser ainda mais alto para quem pratica uma versão mais desafiadora dessa prática oriental.
O estudo contou com cerca de 300 idosos. Todos foram submetidos a um teste de raciocínio e memória chamado Montreal Cognitive Assessment, que tem uma pontuação média de 25. Uma pontuação de 26-30 é considerada normal, e uma pontuação de 18-25 significa que a pessoa tem problemas de memória.
Os participantes que praticaram uma forma simplificada de tai chi chamada Tai Ji Quan duas vezes por semana durante seis meses melhoraram sua pontuação em 1,5 pontos.
"Se você conseguir praticar [tai chi] duas ou três vezes por semana de forma regular, você ganhará anos adicionais antes de sofrer o declínio cognitivo", disse a autora principal Elizabeth Eckstrom, MD, da Oregon Health and Science University, à NPR.
Os participantes que praticaram uma forma avançada, chamada Tai Ji Quan Cognitivamente Enriquecido, melhoraram sua pontuação em cerca de 3 pontos. Nessa versão, desafios foram adicionados, como pedir aos participantes que soletrassem uma palavra para a frente e para trás enquanto realizavam os movimentos.
Segundo Elizabeth, esse resultado equivale a seis anos extras de função cognitiva, ou seja, de capacidade de raciocínio e memória preservada, o que é impressionante. E os resultados foram mantidos por 48 semanas.
Estudos anteriores já mostraram que o tai chi, um exercício suave com movimentos lentos e precisos, melhora o equilíbrio de uma pessoa e diminui o risco de quedas. Outros trabalhos revelaram que a prática também pode reduzir a dor em pessoas com dor lombar, fibromialgia e osteoartrite do joelho, de acordo com o Centro Nacional de Saúde Complementar e Integrativa dos EUA.
Tatiana Pronin
Jornalista e editora do site Doutor Jairo, cobre ciência e saúde há mais de 20 anos, com forte interesse em saúde mental e ciências do comportamento. Vive em NY e é membro da Association of Health Care Journalists. Twitter: @tatianapronin