Ter doenças mentais graves pode aumentar risco de doenças cardíacas

Transtorno bipolar e esquizofrenia estão entre os diagnósticos que elevam o risco

Redação Publicado em 09/03/2022, às 18h00

O aumento do risco de doenças cardíacas ficou evidente mesmo em adultos jovens com doença mental grave - iStock

Uma análise com quase 600.000 adultos nos Estados Unidos descobriu que pessoas diagnosticadas com transtorno bipolar, esquizofrenia ou transtorno esquizoafetivo podem ter maior risco de desenvolver doenças cardiovasculares em idades mais jovens em comparação com as que não receberam esses diagnósticos. 

Essa é a descoberta de uma nova pesquisa publicada no Journal of the American Heart Association, que se dedicou a entender a contribuição de fatores de risco cardiovasculares, como colesterol, pressão arterial, açúcar no sangue, índice de massa corporal (IMC) e tabagismo, para as chances de desenvolver doenças cardíacas em pessoas com ou sem transtorno mental grave. 

Segundo os pesquisadores, estudos anteriores já indicaram que indivíduos com alguma doença mental grave morrem de 10 a 20 anos antes da população geral e sua principal causa de morte é a doença cardíaca.

Descubra, aqui, o que é o transtorno bipolar

Risco entre os mais jovens 

A análise avaliou os dados de quase 600.000 pessoas, com idades de 18 a 75 anos, que frequentaram uma clínica de atenção primária entre janeiro de 2016 e setembro de 2018. Cerca de 2%, ou aproximadamente 11.000 adultos, tiveram um diagnóstico de doença mental grave.

Destes, 70% foram diagnosticados com transtorno bipolar, 18% com transtorno esquizofrênico e 12% com esquizofrenia. Em média, pessoas com doença mental grave eram mais propensas a serem mais jovens e mulheres. 

Confira:

Para avaliar fatores de risco cardiovasculares e prever a probabilidade de um ataque cardíaco, derrame ou morte cardiovascular, foram utilizados modelos de predição que oferecem uma métrica padronizada. 

Entre os principais achados do estudo estão:

Os pesquisadores enfatizam que, mesmo em idades mais jovens, pessoas com doenças mentais graves apresentaram maior risco de doenças cardíacas do que seus pares, o que destaca a importância de abordar fatores de risco cardiovasculares para esses indivíduos o mais cedo possível.

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